Implementação e eficácia da simulação in situ na educação em saúde de profissionais de enfermagem em unidades de cuidados críticos

Abstract

Introdução: A preocupação com a qualidade do cuidado e com a segurança do paciente em serviços de saúde tem sido uma questão de alta prioridade. A presença de novos desafios estimula as instituições a promover estratégias que desenvolvam competências suficientes para tornar os profissionais mais críticos. Objetivo: Avaliar a eficácia da simulação in situ no processo de educação em saúde de profissionais de enfermagem em cenários de cuidados ao paciente crítico, visando o desenvolvimento da competência profissional na assistência ao paciente em situação de parada cardiopulmonar. Método: Intervenção quase-experimental com pré-teste, pós-teste e teste de retenção, com uso de cinco instrumentos, todos validados. Foi desenvolvida na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e nas salas vermelha e amarela do pronto socorro (PS) adulto de um hospital da rede pública do Distrito Federal. Participaram deste estudo 4 enfermeiros e 14 técnicos de enfermagem atuantes na UTI (grupo experimental) e 3 enfermeiros e 16 técnicos de enfermagem do PS (grupo controle). As fases percorridas durante o estudo seguiram as etapas de preparo, execução e retenção. Os resultados foram expressos em média, desvio padrão e mediana (percentil 25% e 75%). Para testar a hipótese de distribuição normal, foi aplicado o teste Kolmogorov Smirnov. Como a hipótese de normalidade não foi confirmada foram aplicados os testes Mann-Whitney, Kruskal - Wallis e Fisher. As comparações intra-grupos foram realizadas segundo teste 1não paramétrico Wilcoxon. A significância estatística foi com p ≤ 0,05. Resultados: Grupo com perfil majoritariamente do sexo feminino (70,3%), com idade média de 37± 7,3 anos. Os profissionais da UTI (83,3%) e do PS (73,7 %) mostraram, inicialmente, competência similar para identificação do evento de parada cardiopulmonar, mas, ao longo do tempo, o grupo experimental sustentou e elevou a capacidade de identificação, paradoxalmente, o grupo controle sinalizou tendência ao retorno da resposta à linha basal. Foi unânime (100%) o reconhecimento do treinamento como uma importante ferramenta para promoção de uma assistência segura aos pacientes em parada cardiopulmonar, nos grupos experimental e controle. No grupo experimental, houve melhor desempenho do grupo mais jovem (<35 anos) (p=0,04). Constatou-se que o conhecimento de ambos os grupos melhorou, após as

intervenções (simulação e abordagem tradicional), embora fosse evidente que, no grupo experimental, houve maior tendência à fixação do conhecimento ao longo do tempo, assim como foi mantido o nível de concordância quanto ao sentimento de satisfação e a expressão de autoconfiança com a simulação como estratégia de ensino. O nível de autoconfiança dos grupos aumentou, sendo mais expressivo no grupo experimental. Constatou-se que os profissionais expressaram concordância com as práticas educativas adotadas pelo facilitador durante a simulação e identificaram como importante o objetivo, apoio, resolução de problemas, feedback e realismo oferecidos durante a simulação. Conclusões: A simulação in situ mostrou-se eficaz para ser implementada em processos de atualização de profissionais. Com a comparação entre exposição teórica e a sessão de simulação realística ficou clara a influência positiva da metodologia ativa. Foi demonstrada evolução na qualificação e no conhecimento da equipe de enfermagem para o atendimento de paradas cardiopulmonares.