Prevalência e fatores de risco de espessamento endometrial em mulheres atendidas em clínica privada de radiologia no Distrito Federal

Abstract

Introdução: O espessamento endometrial à ultrassonografia transvaginal é um achado clínico de etiologia multicausal que representa desde alterações estruturais que acometem a cavidade uterina até neoplasia maligna do endométrio. Objetivo: Identificar a prevalência e os fatores associados ao espessamento endometrial em banco de dados de uma clínica privada no DF, buscando contribuir com a literatura no entendimento dessa alteração clínica detectada à ultrassonografia transvaginal. Método: O estudo foi realizado em uma clínica privada de radiologia no Distrito Federal onde são atendidas 15 mil mulheres por ano. Participaram do estudo 38.658 mulheres que realizaram 112.558 exames de ultrassonografia transvaginal no período de fevereiro de 2009 a dezembro de 2021. A análise estatística utilizou o teste QuiQuadrado de Rao-Scott, o método de linearização em série de Taylor e o modelo de regressão logística múltipla com equação de estimação generalizada. Os cálculos foram feitos com o uso do programa estatístico SAS 9.4 considerando significativo p<0,05. Resultados: A média de idade entre as mulheres foi de 50,88 ± 12,12 anos (IC de 95% 50,72; 51,05). A espessura do endométrio variou de 0,1mm a 44,6 mm, com espessura média de 4,88 ± 3,20 (IC de 95% 4,86; 4,90). A prevalência geral de espessamento endometrial foi de 2,85% (IC 95% 2,71 a 3,00). Dentre os fatores associados, mulheres com 60 anos de idade ou mais (OR=1,18; IC95%: 1,00–1,41); sobrepeso (OR=1,23; IC95%: 1,01–1,50) obesidade (OR=1,59; IC95%: 1,27–1,99) e ovários intactos (OR=1,27; IC95%: 1,03–1,57), apresentaram respectivamente 18%, 23%, 59% e 27% mais chances de espessamento endometrial. Conclusão: Verificouse que o aumento da faixa etária, sobrepeso, obesidade e a presença de ovários intactos são fatores associados ao espessamento endometrial.