Artes visuais, criatividade e tecnologias digitais : conexões possíveis na Educação Básica

Abstract

Esta dissertação resulta de um estudo que investigou a formação continuada de professores de artes visuais para o uso das Tecnologias Digitais de Informação, Comunicação e Expressão (TICE) na educação básica. Frente às determinações da Base Nacional Comum Curricular – BNCC (Brasil, 2017) que indicam para a articulação entre as TICE e as Linguagens e suas tecnologias, verificou-se a necessidade de propor a pesquisa realçando-se o componente Arte, em específico as artes visuais, no que tange ao uso das tecnologias digitais nas aulas de maneira a favorecer à criatividade dos estudantes. Desde o contexto dos Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTE), responsáveis pela formação continuada de professores da educação básica, perpassando pelas experiências em sala de aula, foi traçado um panorama das possibilidades e das dificuldades para a efetiva implementação dos artefatos tecnológicos digitais nas aulas de artes visuais. Tomando-se como referências as ideias sobre criatividade de Glăveanu (2012), assumiu-se, para o estudo, a criatividade enquanto fenômeno sociocultural, compreendida na interdependência e na dinamicidade entre os sujeitos e os contextos. Os dados para o estudo foram obtidos pelo procedimento de entrevistas com a aplicação de um instrumento de entrevista semiestruturada junto aos multiplicadores dos Núcleos de Tecnologias Educacionais, responsáveis pela formação continuada dos docentes para o uso pedagógico das TICE; e, junto aos professores de artes visuais que participaram de algum curso ofertado nos NTE. O estudo revelou que não há como negar que as TICE estão cada vez imbricadas nos ambientes, permeando as relações econômicas, sociais e culturais. Multiplicadores dos NTE, professores, estudantes e todos os envolvidos no processo de ensinoaprendizagem são atores sociais que ao agirem, transformam e ressignificam as relações nas escolas. Os resultados também sugerem que as formações continuadas oferecidas pelos NTE são relevantes para a implementação das TICE em sala de aula, por outro lado, indicam que ainda há a necessidade de adequações, principalmente, no que diz respeito às infraestruturas nas escolas. As realidades entre as unidades formativas dos NTE e as instituições de ensino (IE) são díspares, carecendo articulação entre elas, tanto no que diz respeito às questões de infraestrutura quando no que diz respeito ao conhecimento, pelos professores, de que os NTE existem e estão à disposição para a formação continuada. No que tange à criatividade, tanto multiplicadores, quanto professores de artes visuais reconhecem que as TICE são promissoras para o desenvolvimento da criatividade nos estudantes da educação básica.