O pintor da vida moderna : crítica, arte e modernidade em Charles Baudelaire

Abstract

Esta dissertação propõe-se a compreender e a analisar as interferências e os diálogos da produção crítica de Charles Baudelaire em sua produção poética, principalmente no que diz respeito às artes visuais, notadamente à pintura. Para tanto, em um primeiro momento, foca-se nos novos caminhos do poeta na modernidade, condicionado pelas transformações da cidade de Paris no século XIX. Em seguida, parte-se para a compreensão dos reflexos da produção crítica na produção poética, com atenção à relação construída entre Baudelaire e Eugène Delacroix, e apoiamo-nos no soneto “A uma passante”, publicado em As flores do mal, de 1857, e no quadro A liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix, de 1830, para proceder tal compreensão. Por fim, tendo como ponto de partida o poema “Sobre Tasso na prisão, de Eugène Delacroix” e o quadro Tasso na prisão dos loucos, de 1839, também de autoria de Baudelaire e Delacroix, respectivamente, pretende-se construir uma interpretação das relações entre poesia e pintura, a partir do ponto de vista dos referidos artistas, bem como da situação do poeta na modernidade.