A musicalidade da criança surda : educação e desenvolvimento

Abstract

A tese defendida neste trabalho é: Dado que o desenvolvimento da musicalidade da pessoa surda é constituído por suas vivências e experiências educativas na cultura, É POSSÍVEL ORGANIZAR PROCESSOS EDUCATIVOS VOLTADOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA MUSICALIDADE DA CRIANÇA SURDA. O pressuposto teórico que norteia a investigação é a teoria histórico-cultural. Partimos do princípio de que o desenvolvimento humano, na cultura, extrapola os impedimentos orgânicos existentes. O desenvolvimento humano engloba a dialética deste impedimento orgânico (biológico) com o cultural, e por isso está vinculado às experiências e relações com o outro na cultura. O trabalho está estruturado nos seguintes capítulos: I – Desenvolvimento humano: para além dos padrões, com o objetivo de demonstrar as ideias que norteiam nosso olhar para o ser humano; II – A educação: esse capítulo tem como objetivo demonstrar o que entendemos por educação, o papel do professor, e a organização dos processos educativos que considere as experiências, e vivências dos estudantes, para o desenvolvimento da musicalidade da pessoa surda; III – Caminho metodológico: o propósito do capítulo é apresentar o método, a metodologia e as ferramentas metodológicas que engendraram a investigação, como caminho percorrido para efetivar a pesquisa, bem como os princípios que a norteiam; IV – Análises: com a intenção de descrever os resultados da investigação, suas análises e discussão; V – Conclusão: demonstração objetiva da tese e, por fim, VI – Considerações finais. Os aspectos que trazemos para reflexão fogem às padronizações dos estereótipos dentro do fazer em educação musical, dos processos educativos voltados para o desenvolvimento da musicalidade da pessoa surda. Considerando essas ideias, se e quando partirmos do princípio de que todos somos seres de possibilidades e seres musicais, não há o certo e o errado no processo educativo em música, nas práticas existentes sobre a atividade musical educativa, não há a dicotomia do bom ou o ruim. Há narrativas deste fazer, e para cada uma delas, uma determinada intencionalidade pedagógica se faz possível.