A lateritização no terreno granito-greenstone Almas-Dianópolis, SE do Tocantins : uma abordagem gamaespectrométrica e espectroradiométrica

Abstract

No Brasil Central, onde extensas faixas granito-greenstone que hospedam importantes depósitos minerais, há ampla distribuição de crostas lateríticas. Nesse estudo foram usados dados geofísicos, imagens Landsat-8 e modelos digitais de elevação para desenvolver estratégias de mapeamento do regolito em Almas, sudeste do Tocantins, Brasil. Mapas que mostram a distribuição de unidades do regolito no relevo fornecem informações relevantes desses terrenos, ajudam a direcionar a exploração mineral. Os dados foram manipulados em ambiente GIS usando álgebra de mapas em modelagem supervisionada e um robusto conjunto de dados de campo. Com o objetivo de mapear o regolito, dois procedimentos matemáticos foram utilizados em dados de gamaespectrometria aérea em software GIS: 1. gamaespectrometria aérea e dados altimétricos integrados em lógica Booleana e fuzzy permitiram segregar as áreas com crostas lateríticas residuais ferruginosas e manganesíferas de superfície erosional com rocha e saprólito e 2. gamaespectrometria aérea e dados altimétricos integrados com estágios de intemperismo em regressão linear multivariada (estatística básica) ajudaram a estabelecer o índice regional de intensidade de intemperismo. Razão e combinações de bandas, além de análise de componentes principais foram calculadas a partir de dados multiespectrais Landsat-8 OLI. O processamento dos dados para a região de estudo permitiu identificar áreas onde afloram rocha, saprólito e crosta laterítica (incluindo horizonte mosqueado e solo), as quais estão relacionadas a diferentes estágios de intemperismo. Os mapas preditivos Booleano (acurácia = 91%; κ = 0,69), difuso (acurácia = 90%; κ = 0,66) e do índice de intensidade do intemperismo - WII (acurácia = 88%; κ = 0,58) foram mais eficientes no mapeamento do regolito para a área de estudo comparados aos mapas preditivos de razões de bandas (acurácia = 71%; κ = 0,37) e de componentes principais (acurácia = 61%; κ = 0,32). Esses resultados sugerem que a gamaespectrometria aérea é mais apropriada que o sensoriamento remoto óptico para mapear o regolito da região de Almas. Embora os algoritmos desenvolvidos a partir dos dados multiespectrais Landsat-8 tenham sido menos acurados que de gamaespectrometria aérea, ambos são apropriados para mapear o regolito e devem ser usados conforme a disponibilidade dos dados para a região de interesse. Assim, a análise conjunta de dados digitais (gamaespectrometria aérea, imagens multiespectrais e modelos digitais de elevação), geológicos, mineralógicos e geoquímicos, com devidas adaptações, podem ser aplicadas com sucesso no mapeamento das unidades do regolito e ajudar na prospecção mineral em terrenos similares de outras regiões.