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Título: Pedagogia da resistência : pelo direito de ser mais. Narrativas (auto)biograficas sobre a EJA nas prisões
Autor(es): Bomfim, Vanessa Martins Farias Alves
Orientador(es): Souza, Rodrigo Matos de
Assunto: Sistema penitenciário - Brasil
Educação de jovens e adultos
Educação - aspectos sociais
Educação - prisões
Professores - percepção
Data de publicação: 12-Jan-2024
Referência: ALVES-BOMFIM, V. M. F. Pedagogia da resistência: pelo direito de ser mais. Narrativas (auto)biograficas sobre a EJA nas prisões. 2023. 197 f., il. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação) - Universidade de Brasília, Brasília, 2023.
Resumo: O sistema penitenciário brasileiro tem suas raízes na cultura que cultiva valores coloniais e racistas, por esse motivo, uma parcela da população foi impedida de participar dos processos decisórios de forma igualitária. Essa população é subalternizada, invisibilizada e subjugada por fatores raciais, culturais e econômicos e são elas que recebem recortes intencionais da aplicação da lei desde a origem do sistema penal brasileiro. Neste estudo foi possível identificar os mecanismos de negação de direitos usados para perpetuar o racismo, a discriminação e o encarceramento em massa da população negra em nosso país. Além disso, foi possível perceber como vem sendo negado a essas pessoas o direito de ser, saber e poder. Desta forma, o acesso a educação nunca foi um direito de fácil e permanente acesso, sendo restrito ou negado antes mesmo de que essas pessoas cometessem crimes ou fossem privados de sua liberdade. Assim, este estudo apresenta as narrativas (auto)biográficas de professoras/coordenadoras que atuaram ou atuam no Sistema penitenciário do Distrito Federal (DF) e revelam a partir de seus relatos, a trajetória de mulheres fortes e decididas, que conscientes de seu papel social nas prisões, narram sobre a experiência de fazer EJA nas prisões. Todas representam a luta e a força motriz que mobilizou o grupo de professores, por mais de uma década, a mudanças significativas em momentos distintos na história da educação no ambiente prisional. O estudo buscou descolonizar o lugar de fala, que em nossa sociedade sempre foi destinado a homens brancos, por isso a necessidade de privilegiar as vozes de mulheres pardas e negras ao contar a história da EJA nas prisões, ressaltando os desafios e as perspectivas para garantir o direito à educação às pessoas privadas de liberdade. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa que valoriza a subjetividade e a singularidade dos sujeitos, por entender que não há neutralidade ao se fazer a escolha da abordagem ou da metodologia, assim, em uma postura descolonizadora buscou-se trazer as vozes tantas vezes silenciadas ao longo da história. Ressalta-se que esse estudo está ancorada nas perspectivas decoloniais, no método biográfico e usou como instrumento as entrevistas narrativas. Toda a escrita foi construída a partir da bricolagem e tem como eixo central o diálogo (auto)biográfico da pesquisadora, os princípios teóricos trazidos na pedagogia do oprimido por Paulo Freire. Além disso, tem a contribuição de outros pesquisadores, estudiosos do tema e as falas das próprias professoras/coordenadoras que foram aparecendo para enriquecer as discursões propostas a luz da (auto)biografia, vivências e experiências de quem esteve nos ambientes prisionais educando e sendo educado. Foi um exercício de ressignificação do eu e do nós que nos permitiu perceber que as experiências podem ser múltiplas e formadoras tanto individualmente como coletivamente, visto que as histórias de vida podem ser sempre reinterpretadas. Diante disso, o estudo possibilitou a percepção da luta dos profissionais da educação pelo direito de ser mais, na construção de uma pedagogia da resistência frente as forças que freiam a ação da educação nesses ambientes. As narrativas apresentam momentos de avanços significativos, mas também há relatos de processos de retrocessos. Como produto técnico a autora escreve uma ação educativa que privilegia o lugar de fala do estudante privado de liberdade sobre o direito de dizer-se, como mais um aspecto da pedagogia da resistência. É, também, um texto norteador que traz como argumento central a necessidade que o estudante privado de liberdade participe dos processos decisórios da sua escola, visto que são eles precisam dizer como esta escola deve funcionar, pois é no processo dialógico e dialético que se constrói um cidadão consciente e participativo e, portanto, se faz a “ressocialização”.
Abstract: The Brazilian prison system has its roots in a culture that cultivates colonial and racist values, for this reason, a portion of the population was prevented from participating in the decisionmaking processes in an equal manner. This population is subordinated, invisibilized, and subjugated by racial, cultural, and economic factors, and they are the ones who receive intentional clippings from law enforcement since the origin of the Brazilian penal system. In this study it was possible to identify the mechanisms of denial of rights used to perpetuate racism, discrimination, and mass incarceration of the black population in our country. Furthermore, it was possible to see how these people have been denied the right to be, to know, and to power. Thus, access to education has never been an easy and permanent right, being restricted or denied even before these people commit crimes or are deprived of their freedom. Thus, this study presents the (auto)biographical narratives of teachers/coordinators who worked or work in the penitentiary system of the Federal District (DF) and reveal through their accounts, the trajectory of strong and determined women, who, aware of their social role in prisons, tell about the experience of doing EJA in prisons. All of them represent the struggle and the driving force that mobilized the group of teachers, for more than a decade, to make significant changes at different moments in the history of education in the prison environment. It The study sought to decolonize the place of speech, which in our society has always been assigned to white men, so the need to privilege the voices of brown and black women to tell the story of EJA in prisons, highlighting the challenges and prospects to ensure the right to education for people deprived of liberty. This is a qualitative study that values the subjectivity and uniqueness of the subjects, understanding that there is no neutrality when making the choice of approach or methodology, thus, in a decolonizing posture sought to bring the voices so often silenced throughout history. We emphasize that this study is anchored in the decolonial perspectives, in the biographical method, and used narrative interviews as an instrument. All writing was constructed from bricolage and has as its central axis the (auto)biographical dialogue of the researcher, the theoretical principles brought in the pedagogy of the oppressed by Paulo Freire. In addition, it has the contribution of other researchers, scholars of the theme and the speeches of the teachers/coordinators themselves that appeared to enrich the discussions proposed in the light of (auto)biography, experiences and experiences of those who were in prison environments educating and being educated. Was an exercise of re-signifying the "I" and the "we" that allowed us to realize that experiences can be multiple and formative both individually and collectively, since life stories can always be reinterpreted. In this sense, the study allowed the perception of the struggle of education professionals for the right to be more, in the construction of a pedagogy of resistance against the forces that hinder the action of education in these environments. The narratives present moments of significant advances, but there are also reports of setbacks. As a technical product, the author writes an educational action that privileges the speech place of the student deprived of freedom about the right to say himself, as another aspect of the pedagogy of resistance. It is also a guiding text that brings as a central argument the need for the student deprived of freedom to participate in the decision-making processes of their school, since they are the ones who need to say how this school should work, because it is in the dialogical and dialectical process that a conscious and participatory citizen is built and, therefore, the "resocialization" is done.
Resumen: El sistema penitenciario brasileño tiene sus raíces en una cultura que cultiva valores coloniales y racistas, por esta razón, a una parte de la población se le impidió participar en los procesos de toma de decisiones de manera igualitaria. Esta población está subordinada, invisibilizada y subyugada por factores raciales, culturales y económicos y son ellos los que reciben los recortes intencionales de la aplicación de la ley desde el origen del sistema penal brasileño. En este estudio fue posible identificar los mecanismos de negación de derechos utilizados para perpetuar el racismo, la discriminación y el encarcelamiento masivo de la población negra en nuestro país. Además, fue posible ver cómo a estas personas se les ha negado el derecho a ser, a saber y a poder. Así, el acceso a la educación nunca ha sido un derecho fácil y permanente, siendo restringido o negado incluso antes de que estas personas cometan crímenes o sean privadas de su libertad. Así, este estudio presenta las narrativas (auto)biográficas de maestras/coordinadoras que trabajaron o trabajan en el Sistema Penitenciario del Distrito Federal (DF) y revelan, a partir de sus relatos, la trayectoria de mujeres fuertes y decididas, que, conscientes de su papel social en las prisiones, cuentan la experiencia de hacer EJA en las cárceles. Todas ellas representan la lucha y la fuerza motriz que movilizó al grupo de profesoras, durante más de una década, a cambios significativos en diferentes momentos de la historia de la educación en el medio carcelario. El estudio buscó descolonizar el lugar de la palabra, que en nuestra sociedad siempre ha sido asignado a los hombres blancos, por lo que la necesidad de privilegiar las voces de las mujeres morenas y negras para contar la historia de la EJA en las cárceles, destacando los desafíos y perspectivas para garantizar el derecho a la educación de las personas privadas de libertad. Se trata de un abordaje de estudio cualitativo que valoriza la subjetividad y la singularidad de los sujetos, por entender que no hay neutralidad al hacer la elección del abordaje o de la metodología, así, en una postura descolonizadora buscó traer las voces tantas veces silenciadas a lo largo de la historia. Cabe destacar que este estudio está anclado en perspectivas descoloniales, en el método biográfico y utilizó como instrumento las entrevistas narrativas. Todo el escrito fue construido a partir del bricolaje y tiene como eje central el diálogo (auto)biográfico del investigador, los principios teóricos traídos en la pedagogía del oprimido por Paulo Freire. Además, cuenta con la contribución de otros investigadores, estudiosos del tema y los discursos de los propios profesores/coordinadores que aparecieron para enriquecer las discusiones propuestas a la luz de la (auto)biografía, experiencias y vivencias de aquellos que estuvieron en ambientes carcelarios educando y siendo educados. Fue un ejercicio de resignificación del yo y del nosotros, que nos permitió darnos cuenta de que las experiencias pueden ser múltiples y formativas tanto individual como colectivamente, ya que las historias de vida siempre pueden ser reinterpretadas. Por lo tanto, el estudio permitió percibir la lucha de los profesionales de la educación por el derecho a ser más, en la construcción de una pedagogía de la resistencia contra las fuerzas que obstaculizan la acción de la educación en esos ambientes. Las narrativas presentan momentos de avances significativos, pero también hay relatos de procesos de regresión. Como producto técnico, el autor escribe una acción educativa que privilegia el lugar de la palabra del alumno privado de libertad sobre el derecho a decirse, como otro aspecto de la pedagogía de la resistencia. Es también un texto orientador que trae como argumento central la necesidad de que el alumno privado de libertad participe en los procesos de toma de decisión de su escuela, ya que es él quien tiene que decir cómo esta escuela debe funcionar, porque es en el proceso dialógico y dialéctico que se construye un ciudadano consciente y participativo y, por lo tanto, se hace la "resocialización".
Unidade Acadêmica: Faculdade de Educação (FE)
Informações adicionais: Dissertação (Mestrado Profissional em Educação) — Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2023.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação, Mestrado Profissional
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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