Percepção de profissionais de saúde sobre a presença da fonoaudiologia no processo de decanulação em um hospital terciário do Distrito Federal

Abstract

Trata-se de uma pesquisa sobre o serviço de fonoaudiologia prestado no Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (IHBDF), realizada com o objetivo de se conhecer a percepção de profissionais de saúde sobre a presença da fonoaudiologia no processo de decanulação em um hospital terciário do Distrito Federal. Pretende-se refletir sobre a prática do fonoaudiólogo numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), haja vista o atendimento acontecer com pacientes críticos e instáveis, que necessitam de cuidados intensivos e que utilizam protocolos de segurança, cujo objetivo é prevenir agravos de qualquer condição. Dentre os protocolos utilizados numa UTI, vamos abordar aqui o protocolo de decanulação. Utilizou-se o método qualitativo na realização do estudo, com os instrumentos de pesquisa roteiro de entrevistas autoaplicáveis com os profissionais que atuaram na equipe da UTI Trauma no período de 2013 até 2017, sendo escolhido esse instrumento pela prática e funcionalidade que o ambiente da UTI Trauma exige, uma vez que a complexidade e dinâmica dos atendimentos necessitavam de uma coleta funcional. Os participantes da pesquisa foram os profissionais que trabalhavam na UTI de um hospital referência em Trauma do DF no período compreendido entre 2013 e 2017, sendo 10 profissionais do sexo feminino e 5 profissionais do sexo masculino. A faixa etária desses profissionais era de 31 anos a 60 anos de idade e o tempo de atuação na UTI Trauma era em média de 5 anos. A partir da análise dos dados coletados foram selecionadas cinco categorias: 1) Atuação do fonoaudiólogo na UTI Trauma; 2) Contribuições que a presença do fonoaudiólogo traz para a UTI Trauma; 3) Liberação da dieta por via oral na UTI Trauma sem a presença do fonoaudiólogo; 4) Processo de decanulação na UTI Trauma sem a presença do fonoaudiólogo; 5) Quantitativo de fonoaudiólogos necessário para atender à demanda diária da UTI Trauma, possibilitando a construção do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Na construção do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), assim como na literatura referenciada, comprovou-se a pertinência da pergunta desta pesquisa, ou seja, a atuação do fonoaudiólogo melhora as condições de saúde dos pacientes e o processo de trabalho da equipe multiprofissional? Assim, responde-se ao problema inicial levantado, com embasamento na literatura, apesar de existir uma contradição no Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) atribuída basicamente à limitação de Recursos Humanos (RH) e à insegurança de alguns profissionais que se mantêm presos a protocolos, deixando de atender a alguns pacientes que seriam elegíveis ao atendimento. À luz dessas reflexões, constata-se que os profissionais da equipe multiprofissional demonstram a necessidade da intervenção fonoaudiológica para os atendimentos à disfagia e, consequentemente, solicitam a avaliação fonoaudiológica e a intervenção especializada de forma preventiva, para se evitar os riscos da pneumonia aspirativa e todas as complicações oriundas dela. Estão conscientes da importância da intervenção fonoaudiológica para se evitar os agravos e reduzir os riscos de complicações para o paciente.