Dentro, fora, em torno do armário, uma arte para viver, sobreviver, existir e resistir ao desaparecimento

Abstract

Memórias, fotografias, vídeos, anotações sobre violência, dor, esperança, justiça e confusão são, ao mesmo tempo, materiais e resultados desta pesquisa artística, que tem seu recorte na luta contra a LGBTfobia. Procura-se tratar, especificamente, dos acontecimentos que rodeiam os dilemas do homem homossexual. São imagens, notícias, poesias e escritos dedicados a provocar uma reflexão sobre o que poderíamos considerar no termo “epistemologia do armário”: a violência contra a população LGBTQIA+ e suas lutas; esperanças e revolta; dores e curas. Ombreado com o ativismo e as diferentes proposições da arte contemporânea, este trabalho atravessa múltiplas linguagens e referências: cartazes, como os da Guerilla Girls; elementos textuais, como os de Jenny Holzer; releituras de bandeiras (im)possíveis, como as de Bruno Baptistelli; reconstruções textuais, como as de André Vargas; repetições imagéticas e lexicais, como as de tantos e tantas artistas; além de fotografias, narrações e vídeos. Ao decidir sair do armário ou permanecer dentro dele, é urgente não apenas batalhar pela própria existência e por condições de igualdade, como também sobreviver às violências, desejar viver em paz e resistir a ataques. A busca é por existir enquanto gente, aparecer enquanto pessoa, impedir o extermínio real, ou simbólico, promovido pela sociedade brasileira, a que mais mata homossexuais e transsexuais em todo o mundo.