http://repositorio.unb.br/handle/10482/49169
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AnaLuisaCoelhoMoreira_TESE.pdf | 2,19 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título : | O lado de dentro da rua : o corpo morada nas narrativas de mulheres negras em situação de rua |
Autor : | Moreira, Ana Luísa Coelho |
Orientador(es):: | Conceição, Maria Inês Gandolfo |
Assunto:: | Mulheres negras Pessoas em situação de rua Decolonialidade Narrativa |
Fecha de publicación : | 25-jul-2024 |
Data de defesa:: | 20-dic-2022 |
Citación : | MOREIRA, Ana Luísa Coelho. O lado de dentro da rua: o corpo morada nas narrativas de mulheres negras em situação de rua. 2022. 185 f. il. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022. |
Resumen : | O presente trabalho de tese de doutorado tem o objetivo de compreender os significados que mulheres negras em situação de rua atribuem às suas vivências e às suas narrativas de vida por meio do mapa corporal, uma metodologia de pesquisa qualitativa criativa e participativa. Para isso, considera-se fundamental a subjetividade das mulheres negras em situação de rua, com vistas a perceber as intersecções de raça, gênero, classe e sexualidade, dentre outras, que se interpõem no curso da história de vida de cada uma delas. O estudo percorre caminhos teóricos ancorados nas bases epistemológicas da psicologia clínica e social, em uma perspectiva interseccional e decolonial, tendo como base o feminismo negro e as discussões antirracistas. Ademais, somam-se ao propósito da escrita considerar o corpo como um lugar político e a corporeidade negra como a relação que abarca a ancestralidade, a oralidade, a linguagem, a memória, o afeto, a estética e a política. O corpo, por vezes, é a única morada das mulheres negras em situação de rua; de todo modo, a forma como o racismo opera atravessa a dimensão simbólica que pode incidir diretamente nesses corpos, produzindo efeitos psíquicos e emocionais de diversas ordens. Assim, o trabalho inicia-se situando os percursos da autora e os caminhos que a levaram à realização desta pesquisa. Na sequência, há uma contextualização crítica do olhar para as mulheres negras atravessadas pelos marcadores interseccionais, oriundos do período colonial e escravocrata, que se reatualizam na contemporaneidade. A partir daí, adentra-se na discussão das mulheres negras em situação de rua e suas formas de subjetivar a existência por meio das narrativas e do próprio corpo. O caminho metodológico está pautado na pesquisa qualitativa crítica, na reflexividade e no lugar de implicação da pesquisadora; essa base foi o alicerce para delinear o trabalho de campo. A primeira parte do campo consistiu na ida às ruas, por meio de incursões etnográficas, com o intuito de obter maior aproximação das mulheres em situação de rua e, por consequência, formar vínculos. Posteriormente, foram realizados os mapas corporais de forma individual e em espaço com privacidade. Foram dois mapas corporais aplicados e analisados em sua totalidade, sendo o primeiro da Solange, uma mulher negra, de cerca de 40 anos, que tem uma filha pequena. O segundo mapa corporal é de Luna, 36 anos, uma mulher negra que vive com seu companheiro. Ambas tiveram sua identidade preservada e nomes fictícios foram adotados no decorrer do estudo. Em virtude da pandemia do novo coronavírus que foi deflagrada no início do ano de 2020, diversos entraves emergiram, o que levou a uma interrupção do trabalho de campo de forma precoce. Todas as incursões em campo foram registradas em forma de diário de campo, fotografias, anotações aleatórias, gravação de vídeos e áudios (previamente autorizados), a fim de obter um material robusto para análise dos dados, cujo método utilizado foi a Análise Temática Reflexiva. O trabalho ainda conta com notas da autora, que reflete a sua própria experiência como um corpo negro também presente no espaço da pesquisa. Por fim, considera-se que as mulheres negras em situação de rua apresentam uma densidade rica e complexa em suas narrativas, nas quais se percebem protagonistas da própria história ao sentirem em seus corpos as potências e os desafios que os marcadores sociais e interseccionais as interpelam cotidianamente. |
Abstract: | This doctoral dissertation aims to understand the meanings that Black women living on the streets attribute to their experiences and life stories through body mapping, a creative and participatory qualitative research methodology. As such, considering the subjectivity of Black women living on the streets is fundamental, with the intention of understanding the intersections of race, gender, class and sexuality, among others, that traverse each of their life histories. The study’s theoretical foundation is anchored in the epistemological frameworks of clinical and social psychology, from both an intersectional and decolonial perspective, based in Black feminism and anti-racist discussions. This framing also contributes to the very purpose of writing as a consideration of the body as a political site, and Black corporeality as the relationship that encompasses ancestry, orality, language, memory, affect, aesthetics, and politics. Sometimes, the body is the only home for Black women living on the streets, and the way racism operates crosses the symbolic dimension that can directly affect these Black bodies, producing psychological and emotional effects of various kinds. Therefore, the work begins by situating the paths that led the author to this research project. Following this, there is a critical contextualization of the gaze directed toward Black women living at the intersection of these markers that originate from the colonial and slaveholding periods but which are updated in contemporary times. From there, we enter into the discussion of Black women living on the streets and their ways of subjectifying their existence through narratives and their own bodies. This project’s methodological framework is based on critical qualitative research, reflexivity, and the researcher’s own subjectivity, all foundational to how fieldwork was conducted. The first part of the field consisted of going on ethnographic incursions to the streets with the intention of getting closer to homeless women and forming a bond. Subsequently, the body maps were applied individually and in a private space. Two body maps were applied and entirety analyzed. The first being from Solange, a Black woman, about 40 years old, who has a young daughter. The second body map is of Luna, 36, a Black woman who lives with her partner. Both of them had their identity preserved and fictitious names were adopted during the study. Due to the coronavirus pandemic, several obstacles emerged, which led to an early interruption of fieldwork. All field visits were recorded in a field diary, which consisted of photographs, random notes, and video and audio recordings (previously authorized) to obtain robust material for data analysis, using a Reflective Thematic Analysis. The work also depends on the author’s notes, which reflect her own experience as a Black body also present in the research space. Finally, this dissertation demonstrates that Black women living on the streets present a density to their narratives that is rich and complex where they perceive themselves as the protagonists of their own story, feeling in their own bodies the powers and challenges that these social and intersectional markers demand of them daily. |
metadata.dc.description.unidade: | Instituto de Psicologia (IP) Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL) |
Descripción : | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2022. |
metadata.dc.description.ppg: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura |
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Aparece en las colecciones: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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