Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | Celes, Luiz Augusto Monnerat | - |
dc.contributor.author | Silva, Carlos Alexandre Araújo Benício da Costa e | - |
dc.date.accessioned | 2024-07-25T15:42:07Z | - |
dc.date.available | 2024-07-25T15:42:07Z | - |
dc.date.issued | 2024-07-25 | - |
dc.date.submitted | 2024-04-26 | - |
dc.identifier.citation | SILVA, Carlos Alexandre Araújo Benício da Costa e. Elementos para a clínica da melancolia em um centro de atenção psicossocial. 2024. 173 f. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024. | pt_BR |
dc.identifier.uri | http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/49183 | - |
dc.description | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2024. | pt_BR |
dc.description.abstract | A melancolia e suas diversas acepções - nem sempre atreladas ao campo
psicanalítico ou psiquiátrico - têm acompanhado o desenvolvimento da humanidade
desde a antiguidade. Nas classificações atuais, após longo processo marcado pela
invisibilidade - que inclui supressão e substituição terminológica -, a melancolia tem
sido utilizada para designar um subtipo dentro do amplo campo da depressão. Tendo em
vista ser a depressão um dos males que mais assolam os países - através do ônus em
demasia aos sistemas públicos de saúde, bem como pelo efeito substancialmente nefasto
à força produtiva de trabalho -, uma demanda contínua e cada vez mais densa tem
acentuado a produção de psicofármacos desde a década iniciada em 1970. Esses
antidepressivos são utilizados de forma eficiente no tratamento da depressão, e a partir
da utilização massificada deles pode-se observar o contraste que se estabelece entre a
melancolia e a depressão, já que o sujeito invariavelmente esquiva-se da depressão – ou
mesmo dela consegue efetivamente se livrar -, mas se mantém sob os efeitos da
melancolia. Diante desse cenário, através de uma análise exploratória e também
propositiva, o presente estudo busca apresentar e problematizar as nuances que
acompanham as possibilidades do trabalho psicanalítico no contexto da saúde mental
pública brasileira e, de forma mais específica, as questões que perpassam a clínica da
melancolia a partir das experiências que se dão em um centro de atenção psicossocial
(CAPS). Partindo do referencial psicanalítico, especificamente da articulação entre as
perspectivas de Freud e Green, parte do trabalho tem como escopo investigar o
funcionamento da melancolia nos dias atuais, tendo em vista as características de sua
manifestação na população que é assistida pelo CAPS e, principalmente, que tipo de
clínica pode ser desenvolvida. Perpassando por noções angulares, numa intrínseca
interlocução entre as teorias supracitadas, neste estudo a temática da melancolia propele
um desafio sobre a imposição de limites entre a neurose e a psicose, os fatores
estruturais e a demarcação de uma dinâmica atual. Frente a tal intento, o manejo clínico
exige atenção e escuta especiais, principalmente no tocante à crueldade e à violência
com as quais o Eu melancólico se defronta - tendo a si próprio como alvo da destruição
-, situação essa que deixa como marcas as paralisias nos processos de representação. E é
nesse sentido que, considerando o processo histórico de supressão da melancolia, se faz
importante observar o cenário da assistência pública, no qual se encontram os centros de
atenção psicossocial, e o lugar de existência que eles conquistaram enquanto
componentes centrais no campo da saúde mental. Perpassando pelo contexto que
favoreceu a implementação da Política de Saúde Mental e da Reforma Psiquiátrica, e
com elas a criação desses centros, o estudo que se segue promove ainda a discussão de
aspectos da constituição e do funcionamento do CAPS - bem como as aproximações do
referencial psicanalítico em direção ao discurso da Reforma - para, posteriormente,
caracterizar e compreender a clínica da melancolia nesse contexto, através de elementos
como o convívio e a prática de trabalhos em grupo. O convívio é aqui caracterizado
como um dispositivo que possibilita a construção de relações intersubjetivas, a partir da
inserção social, de um enquadre flexível e do respeito integral ao outro. A potencialidade do convívio pôde se revelar em virtude da ausência de um script
preestabelecido sobre como se relacionar, o que permite uma maior flexibilidade e
espontaneidade nas interações. Desempenhando um papel fundamental na interconexão
das experiências, bem como na criação de laços sociais, o convívio tem a capacidade de
estabelecer conexões entre pessoas, lugares e ações - função esta fundamental,
principalmente, quando se remete ao característico quadro da melancolia, no qual a
capacidade de conexão encontra-se significativamente prejudicada. Já o trabalho em
grupo é abordado sobre diferentes aspectos, tais como: função de meta-continente
institucional, forma de acolhimento sensível e de expressão das vivências angustiantes,
e, sobretudo, pela atuação efetiva sobre as tendências autodestrutivas que marcam a
melancolia – que, por sua vez, mostram-se vinculadas a processos desenvolvidos
durante a infância. A relevância desses conteúdos para a compreensão do público
assistido pelo CAPS ressalta a importância de abordagens terapêuticas sensíveis à
complexidade dos processos psíquicos em jogo. Portanto, a atuação do CAPS se destaca
por promover a reinserção social, considerando a complexidade da subjetividade dos
usuários, respeitando a autonomia e a singularidade de cada indivíduo, o que favorece
uma abordagem mais inclusiva e respeitosa da diversidade humana. | pt_BR |
dc.language.iso | por | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.title | Elementos para a clínica da melancolia em um centro de atenção psicossocial | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.subject.keyword | Melancolia | pt_BR |
dc.subject.keyword | Saúde mental - assistência | pt_BR |
dc.subject.keyword | Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) | pt_BR |
dc.subject.keyword | Psicanálise | pt_BR |
dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
dc.description.abstract1 | Melancholy and its various connotations - not always confined to the
psychoanalytic or psychiatric realms - have accompanied humanity's development since
ancient times. In contemporary classifications, after a lengthy process marked by
invisibility, including terminological suppression and replacement, melancholy has been
employed to denote a subtype within the broader scope of depression. Considering
depression as one of the afflictions that significantly impact nations - placing excessive
burdens on public healthcare systems and exerting a substantially detrimental effect on
workforce productivity - an ongoing and increasingly dense demand has heightened the
production of psychotropic medications since the 1970s. These antidepressants prove
effective in treating depression, and it is through their widespread use that one can
observe the contrast that emerges between melancholy and depression. The individual
inevitably evades depression - or even manages to effectively free himself from it -, but
remains under the effects of melancholy. Given this scenario, through an exploratory
and also propositional analysis, the present study seeks to present and problematize the
nuances that accompany the possibilities of psychoanalytic work in the context of
brazilian public mental health and, in a more specific way, the issues that permeate the
clinic of melancholy from the experiences that take place in a psychosocial care center
(CAPS, in portuguese). Starting from the psychoanalytic referential, specifically from
the articulation between the perspectives of Freud and Green, part of the work aims to
investigate the functioning of melancholy in current times, considering the
characteristics of its manifestation in the population that is assisted by the CAPS, and,
most importantly, what kind of clinic can be developed. Going through angular notions,
in an intrinsic interlocution between the aforementioned theories, in this study the theme
of melancholia poses a challenge about the imposition of limits between neurosis and
psychosis, the structural factors and the demarcation of a present-day dynamic. In the
face of such an attempt, clinical management requires special attention and listening,
mainly regarding the cruelty and violence that the melancholic "I" faces - having itself
as the target of destruction - a situation that leaves as marks the paralysis in the
processes of representation. And it is in this sense that, considering the historical
process of melancholy suppression, it becomes important to observe the scenario of
public assistance, in which the psychosocial care centers are found, and the place of
existence they have conquered as central components in the field of mental health.
Passing through the context that favored the implementation of the Mental Health
Policy and the Psychiatric Reform, and with them the creation of these centers, the
study that follows also promotes the discussion of aspects of the CAPS constitution and
functioning - as well as the approximations of the psychoanalytic referential towards the
Reform discourse - to, subsequently, characterize and comprehend the clinic of
melancholy in this context through elements such as coexistence and the practice of
group work. The conviviality is here characterized as a device that enables the
construction of intersubjective relationships, stemming from social insertion, a flexible
framework and full respect for the other. The potential of conviviality was able to reveal
itself due to the absence of a pre-established script on how to relate, which allows for greater flexibility and spontaneity in interactions. Playing a fundamental role in
interconnecting experiences, as well as in creating social bonds, conviviality has the
ability to establish connections among people, places, and actions - a crucial function,
especially when referring to the characteristic framework of melancholy, in which the
capacity for connection is significantly impaired. The group work, on the other hand, is
approached from various aspects, such as: meta-institutional containment function,
sensitive reception and expression of distressing experiences, and, above all, by
effective intervention on self-destructive tendencies that mark melancholy - and which,
in turn, are shown to be linked to processes developed during childhood. The relevance
of these contents for understanding the audience assisted by CAPS underscores the
importance of therapeutic approaches sensitive to the complexity of the psychic
processes at play. Therefore, the performance of CAPS stands out for promoting social
reintegration, considering the complexity of users' subjectivity, respecting the autonomy
and uniqueness of each individual, thus favoring a more inclusive and respectful
approach to human diversity. | pt_BR |
dc.description.unidade | Instituto de Psicologia (IP) | pt_BR |
dc.description.unidade | Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL) | pt_BR |
dc.description.ppg | Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura | pt_BR |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado
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