A enfermagem em tempos de crise : entender o passado para construir o futuro

Abstract

Esta pesquisa trabalhou com a análise de elementos socioeconômicos que ajudaram a compreender a configuração do protagonismo dos profissionais de enfermagem nos serviços de saúde prestados em tempos de crise, bem como, e principalmente, o seu movimento institucional, destacando o papel do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) como um braço do Governo Federal. Como metodologia, foi realizada uma análise documental, qualitativa e exploratória do tema, por meio de revisão bibliográfica, materializada no estudo de livros, artigos, periódicos de autores como North, Cavalcante, Commons, Hodgson, Chang, entre outros, e em documentos oficiais, como diretrizes nacionais, decretos, leis e portarias de órgãos públicos. A partir da revisão dos conceitos e fundamentos, tanto dos serviços de enfermagem quanto das estruturas sociais e econômicas a que estão vinculados, e do trabalho de avaliação das ações institucionais efetivamente colocadas em prática pela enfermagem no contexto de crise sanitária pandêmica, foi possível inferir que é necessário superar a perspectiva tecnicista e biologista da saúde para que se dê lugar à adoção de ações de integração interdisciplinar dos conhecimentos e das boas práticas, especialmente no âmbito da Atenção Básica de Saúde no Brasil. Dentre os resultados, destaca-se o fato de a enfermagem comportarse de forma distinta da costumeira em momentos de aprofundamento da crise na saúde, com a implementação de estratégias emergenciais dotadas de maior flexibilidade de processos, em razão da necessidade da ampliação da produtividade. Assim, infere-se que é possível e necessária uma postura que aponte a existência de espaço para implementação de processos de aprimoramento das ações de cuidado da saúde, revelando que o COFEN, em seu papel na definição de políticas públicas de saúde, precisa de fato encontrar um novo caminho.