http://repositorio.unb.br/handle/10482/50140
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Titre: | Avaliação longitudinal da aquisição da massa óssea de crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 : seguimento de oito anos |
Auteur(s): | Martins, Naiara Viudes Garcia |
Orientador(es):: | Castro, Luiz Claudio Gonçalves de |
Assunto:: | Diabetes Diabetes mellitus tipo 1 Massa óssea - aquisição Densitometria óssea Antropometria Pediatria |
Date de publication: | 23-aoû-2024 |
Data de defesa:: | 29-jan-2024 |
Référence bibliographique: | MARTINS, Naiara Viudes Garcia. Avaliação longitudinal da aquisição da massa óssea de crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1: seguimento de oito anos. 2024. 97 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024. |
Résumé: | Introdução: O diabetes mellitus (DM) é uma das mais relevantes doenças crônicas não transmissíveis em âmbito mundial, com grande impacto na saúde física, mental e social do indivíduo e gerador de constante demanda sobre o sistema de saúde. Na faixa etária pediátrica, o DM tipo 1 (DM1) é a forma mais prevalente. Associado ao fato de os indivíduos com diabetes apresentarem risco aumentado de complicações micro e macrovasculares ao longo da vida, o DM1 também está associado a graves implicações negativas sobre a saúde óssea do paciente. Atualmente, ainda são poucos os estudos que investigam os desfechos do DM1 sobre a aquisição de massa óssea de crianças e adolescentes. Objetivo: Estudar e descrever o perfil de aquisição de massa óssea, e as variáveis clínicas a ele relacionadas, em crianças e em adolescentes com DM1 em um período de oito anos, por meio da análise da densidade mineral óssea (DMO) de coluna lombar e de corpo total obtida por densitometria óssea (DXA). Métodos: Estudo longitudinal, retrospectivo, com avaliação da DMO obtida por DXA de um mesmo grupo de crianças e adolescentes com DM1, em dois momentos, separados por um período de 8 anos, em 2009 (T1) e 2017 (T2), acompanhados na Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Foram analisadas as variáveis clínicas peso, estatura, índice de massa corporal (IMC), média da hemoglobina glicada (A1c), perfil de ingestão de alimentos fontes de cálcio, prática de atividade física e número de fraturas desse grupo de pacientes nos momentos T1 e T2. Os participantes realizaram DXA em T1 e T2. A massa óssea desse grupo foi estudada em termos de Z-escore da DMO de coluna lombar L1-L4 (Z L1-L4) e de corpo total menos cabeça (Z CT). Em T2, os pacientes foram categorizados em dois grupos, de acordo com o tempo de DM1: Grupo A, com menos de 10 anos de DM1, e grupo B, com mais de 10 anos de DM1. Correlacionou-se as variáveis clínicas dos pacientes com o tempo de DM1, com a evolução clínica e com os achados densitométricos. Os dados de DMO de L1-L4 e CT foram correlacionados com o padrão de aquisição de massa óssea dos pacientes ao longo do período de estudo. Resultados: A coorte de estudo constou de 21 paciente (13 do sexo feminino), mediana de idade na primeira avaliação 7,1 anos (primeiro quartil Q1: 3,6; terceiro quartil Q3: 9,1) e na segunda avaliação, 18,5 anos (Q1: 15,8; Q3: 20). A mediana de tempo de DM1 em T2 foi de 10,5 anos (Q1: 9,4; Q3: 13,5). O Grupo A (n = 9, 7 femininos) apresentou mediana de idade 16,5 anos (Q1: 14,5; Q3: 18,6) em T2, Z-escore de estatura (Ze) -0,29 ± 0,73 desvios-padrão (DP), Zescore de IMC (ZIMC) 0,92 ± 0,54 DP e média de A1c 8,5 ± 1,6 %. O Grupo B (n = 12, 6 femininos) apresentava em T2, mediana de idade 19,25 anos (Q1: 17,25; Q3: 21,3), Ze -0,28 ± 1,28 DP, ZIMC -0,08 ± 0,77 DP e média de A1c 9,2 ± 1,9 %. Para o grupo total, houve redução no Ze ao longo do período, no sexo masculino de 1,07 ± 1,4 para 0,01 ± 1,4 DP (p = 0,011). Não se observou diferença no ZIMC e na média de A1c nos momentos T1 e T2, para o grupo total ou categorizado por sexo. Não houve diferença no perfil de ingestão de alimentos fontes de cálcio e de prática de atividade física entre os momentos T1 e T2 do grupo estudado. Entre os dois momentos do estudo, a variação (delta) do Z CT do grupo total foi de 0,21 ± 0,89 e o de Z L1-L4 -0,39 ± 0,78 DP com diferença significativa ao se comparar o comportamento nesses sítios (p = 0,0125). Houve forte correlação entre Z L1-L4 nos momentos T1 e T2 (r = 0,75; p = 0,0008), assim como de Z CT (r = 0,661, p = 0,0011) para o grupo total quando o grupo foi categorizado pelo sexo. Quinze pacientes apresentaram diminuição do Z L1-L4 e sete pacientes do Z CT, entre T1 e T2. Os pacientes que diminuíram mais de 1 DP na DMO entre T1 e T2 apresentaram risco relativo de fraturas 4,25 vezes maior que os demais participantes. Cinco pacientes apresentaram fraturas não vertebrais de alta energia entre T1 e T2 (4 do sexo masculino). Os pacientes que sofreram fraturas apresentaram, em T2, menor Z L1-L4 (p = 0,0447), delta (entre T1 e T2) de Z L1-L4 (p = 0,012), Z CT (p = 0,034) e delta de Z CT (p = 0,0005). No grupo total, obteve-se uma correlação negativa moderada, em T2, entre a média da A1c e o Z L1-L4 (r = -0,504; p = 0,023). Em relação aos grupos A e B não houve diferença nas médias de Z L1-L4 e Z CT (p = 0,672 e p = 0,924, respectivamente), assim como nos deltas de Z L1-L4 e de Z CT (p = 0,735 e p = 0,80, respectivamente). Nenhum paciente apresentou osteoporose clínica. Conclusão: Nesta coorte de crianças adolescentes e adultos jovens com DM1 apesar de não haver diferença nas características antropométricas, identificou-se queda do Ze nos pacientes do sexo masculino entre T1 e T2. Apesar de não ter sido observada mudanças na DMO de L1- L4 e CT no intervalo de oito anos, no grupo geral quando categorizado por sexo e avaliado pelo tempo de DM1, houve um comportamento menos favorável de aquisição de DMO de L1-L4 em relação à DMO de CT entre os momentos T1 e T2 e correlação fortemente positiva entre os valores de DMO de coluna lombar nos momentos T1 e T2, assim como para a DMO de corpo total quando categorizado pelo sexo. A presença de fraturas não vertebrais de alta energia nesse grupo de pacientes foi associada a valores significativamente menores da DMO de L1-L4 e CT, assim como maior queda no valor médio da DMO desses sítios entre T1 e T2, sendo o risco relativo de fraturas de 4,25 em relação aos demais indivíduos. Verificou-se correlação negativa moderada entre A1c e a DMO de coluna lombar para os pacientes da coorte em T2. |
Abstract: | Introduction: Diabetes mellitus (DM) is one of the most relevant chronic non-communicable diseases worldwide, with a major impact on the individual's physical, mental and social health and generating constant demand on the health system. In the pediatric group, type 1 DM (DM1) is the most prevalent form. Associated with the fact that individuals with diabetes have an increased risk of micro and macrovascular complications throughout their lives, DM1 is also associated with serious negative implications for the patient's bone health. Currently, there are still few studies investigating the outcomes of DM1 on the acquisition of bone mass in children and adolescents. Objective: Study and describe the profile of bone mass accrual, and the clinical variables related to it, in children and adolescents with DM1 over a period of eight years, through the analysis of bone mineral density (BMD) of the lumbar spine and total body image obtained by bone densitometry (DXA). Methods: Longitudinal, retrospective study, with assessment of BMD obtained by DXA of the same group of children and adolescents with DM1, in two moments, separated by a period of 8 years, in 2009 (T1) and 2017 (T2), followed in Secretaria de Saúde do Distrito Federal. The clinical variables weight, height, body mass index (BMI), mean glycated hemoglobin (A1c), intake calcium, practice of physical activity and number of fractures of this group of patients at moments T1 and T2. Participants underwent DXA at T1 and T2. The bone mass of this group was studied in terms of BMD Z-score of the lumbar spine L1-L4 (Z L1-L4) and total body less head (Z CT). At T2, patients were categorized into two groups, according to the duration of DM1: Group A, with less than 10 years of DM1, and group B, with more than 10 years of DM1. The patients' clinical variables were correlated with the duration of DM1, clinical evolution and densitometric findings. L1-L4 BMD and CT data were correlated with the patients' pattern of bone mass acquisition throughout the study period. Results: The cohort consisted of 21 patients (13 female), median age at the first assessment 7.1 years (first quartile Q1: 3.6; third quartile Q3: 9.1) and at the second assessment, 18 .5 years (Q1: 15.8; Q3: 20). The median duration of DM1 at T2 was 10.5 years (Q1: 9.4; Q3 : 13.5). Group A (n = 9, 7 females) had a median age of 16.5 years (Q1: 14.5; Q3: 18.6) at T2, height Z-score (Ze) -0.29 ± 0, 73 standard deviations (SD), BMI Z-score (ZIMC) 0.92 ± 0.54 SD and mean A1c 8.5 ± 1.6%. Group B (n = 12, 6 females) had a median age of 19.25 years at T2 (Q1: 17.25; Q3: 21.3), Ze -0.28 ± 1.28 SD, ZIMC -0 .08 ± 0.77 SD and mean A1c 9.2 ± 1.9%. For the total group, there was a reduction in Ze over the period, in males from 1.07 ± 1.4 to 0.01 ± 1.4 SD (p = 0.011). There was no difference in ZBMI and mean A1c at T1 and T2, for the total group or categorized by sex. There was no difference in the intake of calcium and practice of physical activity between moments T1 and T2 of the studied group. Between the two moments of the study, the variation (delta) of the Z CT of the total group was 0.21 ± 0.89 and that of Z L1-L4 -0.39 ± 0.78 SD with a significant difference when comparing the behavior in these sites (p = 0.0125). There was a strong correlation between Z L1-L4 at moments T1 and T2 (r = 0.75; p = 0.0008), as well as Z CT (r = 0.661, p = 0.0011) for the total group when the group was categorized by sex. Fifteen patients showed a decrease in Z L1-L4 and seven patients in Z CT, between T1 and T2. Patients who decreased more than 1 SD in BMD between T1 and T2 had a relative risk of fractures 4.25 times higher than the other participants. Five patients had highenergy nonvertebral fractures between T1 and T2 (4 males). Patients who suffered fractures presented, at T2, lower Z L1-L4 (p = 0.0447), delta (between T1 and T2) of Z L1-L4 (p = 0.012), Z CT (p = 0.034) and delta of Z CT (p = 0.0005). In the total group, a moderate negative correlation was obtained, at T2, between the mean A1c and Z L1-L4 (r = -0.504; p = 0.023). In relation to groups A and B, there was no difference in the means of Z L1-L4 and Z CT (p = 0.672 and p = 0.924, respectively), as well as in the deltas of Z L1-L4 and Z CT (p = 0.735 and p = 0.80, respectively). No patient presented clinical osteoporosis. Conclusion: In this cohort of adolescent children and young adults with DM1, despite no difference in anthropometric characteristics, a drop in Ze was identified in male patients between T1 and T2. Although no changes were observed in BMD of L1-L4 and CT in the eightyear interval, in the general group, when categorized by sex and evaluated by the duration of DM1, there was a less favorable behavior of acquisition of BMD of L1-L4 in relation to CT BMD between moments T1 and T2. Strongly positive correlation between lumbar spine BMD values at T1 and T2, as well as for total body BMD when categorized by sex. The presence of high-energy non-vertebral fractures in this group of patients was associated with significantly lower BMD values at L1-L4 and CT, as well as a greater drop in the mean BMD value at these sites between T1 and T2, with the relative risk of fractures of 4.25 in relation to other individuals. There was a moderate negative correlation between A1c and lumbar spine BMD for patients in the T2 cohort. |
metadata.dc.description.unidade: | Faculdade de Ciências da Saúde (FS) |
Description: | Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2024. |
metadata.dc.description.ppg: | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde |
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Collection(s) : | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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