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Título : Bioética de virtudes : uma proposta de integração e aplicabilidade das virtudes à bioética
Autor : Carvalho, Luiz Filipe Lago de
Orientador(es):: Cornelli, Gabriele
Assunto:: Bioética
Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos
Ética de virtudes
Virtudes
Fecha de publicación : 7-ene-2025
Citación : CARVALHO, Luiz Filipe Lago de. Bioética de virtudes: uma proposta de integração e aplicabilidade das virtudes à bioética. 2024. 136 f., il. Tese (Doutorado em Bioética) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024.
Resumen : As virtudes possuem uma longa história como elementos fundamentais no campo da ética que remonta à Antiguidade, sendo deixadas em segundo plano na Modernidade e, enfim, resgatadas por filósofos e estudiosas da psicologia moral nas décadas finais do século XIX e início do século XX. O que se convencionou chamar “ética de virtudes” consiste em um modelo ético impulsionado pela insatisfação em relação às correntes dominantes, deontologia e consequencialismo. A bioética, de história recente, se desenvolve paralelamente às éticas de virtudes, visando oferecer respostas práticas e consistentes a dilemas éticos, principalmente no que tange aos cuidados em saúde. A corrente principialista de Beauchamp e Childress, com fortes raízes deontológicas e utilitaristas, vem sendo alvo de constantes críticas desde a década de 90, especialmente por se tratar de uma visão verticalizada, imperialista, que não recepciona o pluralismo moral e limita a bioética à ética biomédica. Com o advento da Declaração Universal Sobre Bioética e Direitos Humanos (DUBDH), em 2005, o referencial teórico dos direitos humanos foi incorporado à disciplina, formulando uma corrente que expandiu para 15 os seus princípios, visando a construção de uma bioética mais democrática, que comportasse aspectos contemporâneos até então desconsiderados na área, como diversidade, pluralidade e vulnerabilidade. Contudo, se percebe que as visões deontológicas e consequencialistas não deixaram de influenciar essa corrente, estando, também, presentes na DUBDH. A proposta desse trabalho é, em um primeiro momento, apresentar os conceitos de virtudes e sua evolução, desde a Antiguidade, culminando no resgate contemporâneo chamado de ética de virtudes, que se apresenta como uma teoria ética estruturada. Posteriormente, é apresentada uma teoria de aplicação de virtudes à ética médica, desenvolvida por Pellegrino e Thomasma, em contraposição a uma abordagem de princípios, originalmente formulada por Beauchamp e Childress. Finalmente, com o substrato teórico proporcionado pelos quatro primeiros capítulos, se discute a integração das virtudes à epistemologia bioética ampliada pela DUBDH. Argumenta-se que, ao resguardar foco ao agente e seu caráter, a análise bioética ganha um ativo importante que se coaduna com seus objetivos, contribuindo para o tipo de bioética que a DUBDH promove. Ademais, as objeções recorrentes a uma abordagem de virtudes são igualmente aplicáveis à deontologia e consequencialismo, recepcionados pela bioética, o que, minimamente, implica na paridade de aplicação das teorias. Constata-se, contudo, que a visão de virtudes promove algo que as demais não, que é o florescimento humano a partir do cultivo de excelências que são, por essência, boas; o que contribui, por tabela, para o bom desenvolvimento dos profissionais. Ademais, trata-se de uma abordagem que comporta as demais, ao invés de as excluir. A conjugação das virtudes, especialmente com os princípios bioéticos, se mostra essencial para alcançar qualidade e excelência nas práticas, pois estas moldam o caráter do indivíduo para que os princípios não sejam apenas regras a serem seguidas, mas que se queira segui-las. Por fim, a constatação que se segue a partir do caminho teórico traçado é que a bioética hodierna comporta as virtudes como referencial teórico adicional, pois estas melhor consideram aspectos da personalidade dos indivíduos e das práticas e tradições comunitárias, que influenciam nos dilemas morais enfrentados pela disciplina.
Abstract: Virtues have a long history as essential elements in the field of ethics, dating back to Antiquity, being sidelined in Modernity and eventually revived by philosophers and scholars of moral psychology in the late 19th and early 20th centuries. What has come to be known as "virtue ethics" consists of an ethical model driven by dissatisfaction with the dominant currents, deontology and consequentialism. Bioethics, recent in history, has developed parallel to virtue ethics, aiming to provide practical and consistent responses to ethical dilemmas, particularly regarding health care. The principlist approach of Beauchamp and Childress, with strong deontological and utilitarian roots, has been the target of constant criticism since the 1990s, especially for being a vertical, imperialistic view that does not embrace moral pluralism and limits bioethics to biomedical ethics. With the advent of the Universal Declaration on Bioethics and Human Rights (UDBHR) in 2005, the theoretical framework of human rights was incorporated into the discipline, formulating a current that expanded its principles to 15, aiming to build a more democratic bioethics that would encompass contemporary aspects that had hitherto been disregarded in the field, such as diversity, plurality, and vulnerability. However, it is noted that deontological and consequentialist views have not ceased to influence this current, being also present in the UDBHR. The proposal of this work is, at first, to present the concepts of virtues and their progression from Antiquity, culminating in the contemporary revival called virtue ethics, which presents itself as a structured ethical theory. Subsequently, a theory of applying virtues to medical ethics, developed by Pelle-grino and Thomasma, is presented, in contrast to a principles-based approach, even the one originally formulated by Beauchamp and Childress. Finally, with the theoretical foundation provided by the first four chapters, the integration of virtues into the bioethical epistemology expanded by the UDBHR is discussed. It is argued that, by focusing on the agent and their character, bioethical analysis gains an important asset that aligns with its objectives, contributing to the type of bioethics that the UDBHR promotes. Moreover, the recurrent objections to a virtues-based approach are equally applicable to deontology and consequentialism already accepted by bioethics, which minimally implies parity in the application of theories. It is found, however, that the virtues view promotes something that the others do not, which is human flourishing through the cultivation of excellences that are, by essence, good; this, in turn, contributes to the good development of professionals. Furthermore, it is an approach that encompasses others, rather than excluding them. The combination of virtues, especially with bioethical principles, proves essential to achieve quality and excellence in practices, as they shape the individual's character so that the principles are not just rules to be followed but are followed willingly. Finally, the conclusion that follows from the theoretical path outlined is that contemporary bioethics includes virtues as an additional theoretical framework, as these better consider aspects of individuals' personalities and community practices and traditions, which influence the moral dilemmas faced by the discipline.
metadata.dc.description.unidade: Faculdade de Ciências da Saúde (FS)
Descripción : Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Bioética, 2024.
metadata.dc.description.ppg: Programa de Pós-Graduação em Bioética
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Aparece en las colecciones: Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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