Jogos e brincadeiras na alfabetização Matemática : uma experiência com o campo conceitual aditivo

Abstract

Esta dissertação, devido ao formato metodológico adotado, multipaper, foi estruturada em quatro partes: a primeira parte apresenta informações contextuais da pesquisa como um todo; a segunda parte foi constituída por uma revisão sistemática da literatura (paper I); a terceira resulta da pesquisa de intervenção e das produções dos estudantes (paper II); e, na última parte, apresenta-se uma pesquisa teórica, que sintetiza as contribuições (potencialidades e desafios) resultantes dos achados do estudo como um todo (paper III). Assim, o estudo teve como objetivo geral analisar possíveis contribuições do uso do jogo e da brincadeira no trabalho pedagógico para o desenvolvimento de habilidades do campo conceitual aditivo para o processo de alfabetização matemática de estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental. Para alcançar esse intento, os objetivos específicos foram: identificar e descrever pesquisas brasileiras que abordaram o uso dos jogos e das brincadeiras no processo de alfabetização matemática de estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental, no período de 2010 a 2019; analisar o uso do jogo e da brincadeira para o desenvolvimento de habilidades do campo conceitual aditivo no processo de alfabetização matemática de estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental; descrever potencialidades e desafios do jogo e da brincadeira no trabalho pedagógico para o desenvolvimento de habilidades do campo conceitual aditivo no processo de alfabetização matemática de estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental. Os aspectos metodológicos explicitam um estudo de abordagem qualitativa, com objetivos de natureza descritiva e exploratória. Quanto aos procedimentos de pesquisa, foram utilizadas a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de intervenção colaborativa. As técnicas de análise de dados foram a análise documental e análise descritiva-interpretativa das produções dos estudantes. Kishimoto, Vigotski, Vergnaud, Danyluk, Teixeira e Moreira, são os referenciais teóricos de suporte da pesquisa. Os resultados da pesquisa de revisão sistemática de literatura, paper I, apontaram que, das pesquisas identificadas e analisadas, apenas dez abordaram, em alguma medida, o uso de jogos e brincadeiras no desenvolvimento de habilidades do campo conceitual aditivo. Embora essas pesquisas tenham fornecido material teórico, ficou evidente a necessidade de estudos mais focados na atividade dos estudantes durante as tarefas com jogos e brincadeiras, especialmente com foco no campo aditivo. Portanto, consideramos que, embora existam algumas pesquisas relacionadas ao tema, há uma escassez de estudos sobre o uso de jogos e brincadeiras no desenvolvimento de habilidades do campo aditivo, o que indica a necessidade de expandir a pesquisa teórica. Assim, a continuidade de estudos interventivos pode oferecer novas perspectivas e avanços significativos para o campo da Educação Matemática, especialmente no processo de alfabetização dos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental. Os resultados da pesquisa de intervenção, paper II, indicaram que o uso de jogos e das brincadeiras pode ser um recurso didático com potencial para viabilizar o desenvolvimento de habilidades do campo conceitual aditivo no processo de aprendizagem de estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental. Consideramos que a integração dos jogos e das brincadeiras ao trabalho pedagógico pode viabiliar o desenvolvimento de habilidades do campo conceitual aditivo, enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, além de contribuir para a formação integral dos estudantes. Os resultados da pesquisa teórica, paper III, revelaram como potencialidades o estímulo ao pensamento criativo, a compreensão de conceitos abstratos de maneira mais acessível e significativa, a elaboração e a construção de conceitos, favorecendo um ambiente propício à experimentação e à descoberta. Quanto aos desafios, destacaram-se a diversidade de perfis e ritmos de aprendizagem, a resistência inicial da professora regente ao uso de jogos e brincadeiras, além da limitação do uso dos recursos didáticos durante as avaliações formais. Consideramos que, apesar dos desafios enfrentados, o uso de jogos e das brincadeiras contribuiu significativamente para a promoção do processo de alfabetização matemática dos estudantes.