http://repositorio.unb.br/handle/10482/6614
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2006_Paulo Rogers da Silva Ferreira.pdf | 1,2 MB | Adobe PDF | View/Open |
Title: | Os afectos mal-ditos : o indizível das sexualidades camponesas |
Authors: | Ferreira, Paulo Rogers da Silva |
Orientador(es):: | Woortmann, Ellen Fensterseifer |
Assunto:: | Antropologia do corpo Antropologia filosófica Camponeses Comunidades agrícolas Sexo |
Issue Date: | 2006 |
Data de defesa:: | 5-Mar-2006 |
Citation: | FERREIRA, Paulo Rogers da Silva. Os afectos mal-ditos: o indizível das sexualidades camponesas. 2006. 173 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia)-Universidade de Brasília, Brasília, 2006. |
Abstract: | Grande parte da literatura sobre sociedades camponesas no Brasil, o que conceituo como Texto Brasileiro sobre o Rural (TB), está ancorada em um imaginário instituído, limitado, sobre o corpo do homem do campo. Cria-se, neste sentido, uma identidade cultural reacionária e fechada sobre si mesma, em que os mesmos falam as mesmas Coisas para os mesmos. Naturalizações e definições do que é o desejo, sempre ligado à reprodução da espécie, institui no corpo do camponês um corpo-mais-valia, um corpo-mutilado, um corpo-funcional, um corpo-bíblico, via uma literatura que, curiosamente, organiza, simplifica e seleciona discursos que desembocam em um persistente retorno ao Mesmo. Um Corpus Academicus seletivo, fechado, sem dar espaço para o Diverso, para o novo. Homens, mulheres e crianças camponeses passivos, omissos, cabendo, muitas vezes, em uma única página, peças de um jogo discursivo que exclui outros modos de vida, outros encontros, outros afectos. O camponês inventado, instituído, passa a ser interpretado, um objeto de estudo “as if”, apenas bom para pensar. Inicia-se assim uma vontade de saber sobre o Outro-camponês, em que as sexualidades, os processos de subjetivações, as micropolíticas do cotidiano são devidamente traçados, filtrados, sob a égide de um silenciamento, no mínimo instigante, no que concerne ao corpo e suas paixões. A intenção deste trabalho, portanto, é dar Adeus a este corpo camponês, casto e castrado, pois, doravante, que seja a ele permitido gozar.
____________________________________________________________________________ ABSTRACT A huge part of the literature written about rural societies in Brazil, which I call “Brazilian Text about the Rural,” is anchored upon a forged, limited view of the body of the “country man.” It is created, in this sense, a reactionary, self-absorbed cultural identity, in which the same people say the same things to the same audience. Naturalizations and definitions of what is lust, always connected to the reproduction of the species, turns the body of the “country man” into a commodity, a mutilated body, a functional body, a biblical body through a literature, which, curiously, organizes, simplifies and selects discourses that lead to an everlasting return to the Same: a closed, selective Corpus Academicus, which does not allow for the diverse and the new. Country men, women and children who are passive, omitting and who fit, many times, in one single page, are also pieces of a discourse play that exclude different ways of life, different encounters and different affects. The invented and forged “country man” is then interpreted, a study object “as if”, good enough only to be thought about. This attitude, in its turn, creates a desire to know about the “Other Country Man,” in which sexualities, the processes of individualization and the micro politics of daily life are satisfactorily illustrated, filtered under the shield of a type of silencing, at least curious, of what refers to the body and its passions. The purpose of this work, therefore, is to say Goodbye to this country body, chaste and castrated, because, from now on, it must be allowed to have cum. |
Description: | Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Gradução em Antropologia Social, 2006. |
Appears in Collections: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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