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Título: Jornalismo, democracia e golpe : a crise de 1955 nas páginas do Correio da Manhã e de O Estado de S. Paulo
Outros títulos: Journalism, democracy and the coup : the 1955 crisis through the pages of the Correio da Manhã and O Estado de São Paulo
Journalisme, democracie et coup d'etat : la crise de 1955 dans les pages du Correio da Manhã et de O Estado de São Paulo
Autor(es): Tokarski, Flávia Millena Biroli
Assunto: Jornalismo
Democracia
História - Brasil
Liberalismo
Autoritarismo
Data de publicação: Jun-2004
Referência: BIROLI, Flávia. Jornalismo, democracia e golpe: a crise de 1955 nas páginas do Correio da Manhã e de O Estado de S. Paulo Rev. Sociol. Polit., Curitiba, n. 22, p. 87-99, jun. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsocp/n22/n22a08.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2011. doi: 10.1590/S0104-44782004000100008.
Resumo: Neste trabalho discutimos aspectos do debate político que se deu na segunda metade dos anos 1950, representativo de um conjunto de práticas que ultrapassam aquele momento da história brasileira; concentramo-nos, sobretudo, na crise em torno da eleição e da posse de Juscelino Kubitschek e João Goulart, ocorrida em 1955, visualizada a partir de textos publicados nos jornais Correio da Manhã e O Estado de S. Paulo, que ocuparam lugares opostos durante a crise. Interessa-nos aqui explicitar elementos de continuidade no período 1946-1964, entre o que destacamos práticas por meio das quais se evidenciou um desprezo pela política em seus elementos de confronto e luta, acompanhado de uma difundida descrença nos processos eleitorais e na capacidade de discernimento da população. Ressaltamos, sobretudo, duas temáticas: 1) o papel das massas na política, com sua correspondente crítica às elites e ao "atual estado" da democracia no país, vista como falha e/ou incompleta e 2) as funções atribuídas ao jornalismo diante desse diagnóstico recorrente. Nossas considerações acerca dos posicionamentos dos dois jornais inserem-se nessa problemática, que impõe considerações sobre as superposições e entrelaçamentos entre liberalismo e autoritarismo, democracia e golpe. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT
This article discusses aspects of the political debate that took place in the second half of the 1950s, representing a set of practices that went beyond that particular moment of Brazilian history; we concentrate particularly on the crisis that occurred around Juscelino Kubitschek and João Goulart´s election and taking office — which took place in 1955 — as seen through texts published in two daily newspapers which took opposite sides during the crisis, the Correio da Manhã and O Estado de S. Paulo. We are interested here in showing the continuity that can be found in the 1946-1964 period; this can be seen in practices revealing a contempt for elements of confrontation and struggle in politics and accompanied by widespread disenchantment with electoral processes and the population´s ability to make judgments. We place particular emphasis on two topics: 1) the role of the masses in politics, and a corresponding critique of the elites and of the "current state" of democracy in the country, seen as faulty or incomplete and 2) the role that is given to the press in light of this recurrent diagnosis. Our considerations regarding the positions taken by the two newspapers that we study belong to this discussion, which in turn brings considerations regarding the connections between liberalism and authoritarianism, democracy and military coup, to the forefront. _______________________________________________________________________________ RÉSUMÉ
Dans ce travail nous discutons des aspects du débat politique qui a eu lieu dans la moitié des années 1950 et qui constituent une série d'actions dépassant ce moment de l'histoire brésilienne. Nous nous concentrons sur la crise, en 1955, concernant l'élection et la passation du pouvoir à Juscelino Kubitschek et à João Goulart. Elle est analysée à partir des textes publiés dans les journaux Correio da Manhã et O Estado de São Paulo, qui avaient des positions opposées durant la crise. Ce qui nous intéresse, c'est de présenter ici les éléments de continuité dans la période 1946-1964, dont les attitudes de mépris envers la politique en tant que confontration et débat, accompagnées d'une méfiance à l'égard des processus électoraux et de la capacité de jugement de la population. Nous soulignos deux thèmes : 1) le rôle de la population dans le cadre politique, sa critique aux élites et au «stade actuel» de la démocracie dans le pays, envisagée comme défaillante et/ou innacomplie et 2) les fonctions attribuées au journalisme face à ce diagnostic récurrent. Notre étude sur les positions des deux journaux s'insère dans cette problématique, avec les superpositions et l'entrecroisement entre libéralisme et autoritarisme, démocracie et coup d'état.
DOI: https://dx.doi.org/10.1590/S0104-44782004000100008
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