http://repositorio.unb.br/handle/10482/43092
Fichero | Descripción | Tamaño | Formato | |
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2021_LetíciaPachecoGondim.pdf | 939,2 kB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título : | “Moléstia do espírito dividido” : uma leitura psicanalítica sobre a angústia de ser na psicose |
Otros títulos : | “Disorder of the divided spirit” : a psychoanalytic reading about the anguish of being in psychosis |
Autor : | Gondim, Letícia Pacheco |
metadata.dc.contributor.email: | leticiapgondim@gmail.com |
Orientador(es):: | Maesso, Márcia Cristina |
Assunto:: | Psicoses Aparelho psíquico Forclusão Neuroses Freud, Sigmund, 1856-1939 - crítica e interpretação Linguagem psicótica |
Fecha de publicación : | 18-mar-2022 |
Data de defesa:: | 9-dic-2021 |
Citación : | GONDIM, Letícia Pacheco. “Moléstia do espírito dividido”: uma leitura psicanalítica sobre a angústia de ser na psicose. 2021. 124 f., il. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021. |
Resumen : | Este trabalho tem como objetivo discutir o caminho que Freud percorreu, em sua obra, sobre o modo de funcionamento psíquico psicótico, a partir da abordagem de uma teoria da gênese do aparelho psíquico. No caso da neurose, o aparelho psíquico funcionaria, num momento inicial, exclusivamente sob as leis do que ele chamou de princípio do prazer; num segundo momento, haveria uma passagem a um processo que ele denominou de princípio de realidade, e o que chamamos de pensamento funciona sob esse processo. Em certos momentos, o neurótico se refugia no plano da fantasia (devaneios e fantasias inconscientes), que funcionam sob as leis do princípio do prazer. Na psicose, o processo se dá, até certo momento, de maneira semelhante, porém, à luz da teoria do Complexo de Édipo, algo se passa de forma diferente, de tal maneira que, em certos momentos da sua vida, o psicótico ao invés de poder refugiar-se no plano da fantasia, obtendo satisfação assim como o neurótico, se encontrará impelido a substituir sua realidade circundante, ou ao menos pedaços dela, de uma forma que será descrita como delírios e alucinações. A alucinação impõe ao sujeito uma nova maneira de lidar com a realidade que Freud denominou como o processo de regressão no qual em vez de a atividade do aparelho psíquico seguir na direção comum em busca de alcançar uma descarga, ela segue um caminho reverso caracterizando o processo psíquico primário. Assim, na linguagem as palavras são submetidas ao mesmo tratamento pelo qual os pensamentos oníricos latentes são transformados em sonhos, no qual uma única palavra passa a representar uma cadeia de pensamentos. Lacan, no seminário sobre as psicoses, procurou estabelecer certo rigor às proposições freudianas, lendo-as a partir do Complexo de Édipo e mais especificamente a partir do que ele chamou de metáfora paterna ou significante nome-do-pai, que teria como destino seu recalcamento na neurose e um mecanismo de rejeição (verwerfung) ou forclusão na psicose. Como sujeito na psicose recusa no seu mundo simbólico a ameaça de castração, diante da falta do significante essencial, aquele que depende da estrutura simbólica do Complexo de Édipo, o sujeito se aproxima de um vazio. Haveria uma significação que se refere ao sujeito, mas é rejeitada e seu reaparecimento determina a invasão psicótica. Como consequência, aparece no real uma representação fundamental, que não foi simbolizada. Como o Outro foi excluído enquanto quem possui o significante, ele passa a ser afirmado no outro com minúscula, como sendo da ordem do imaginário e fenômeno do entre-eu. Por não conseguir se produzir como um enigma, ele responde por meio desse estado puro para dizer que se trata do significante. Após o encontro com o significante inassimilável o sujeito precisa reconstituí-lo. Nesse sentido, temos em Freud, a construção de um mundo novo com o trabalho dos delírios e a metáfora delirante em Lacan para falar da possibilidade de estabilização do significante e significado. A leitura de Schreber e o caso clínico Aimée analisado por Lacan foi um meio de ilustrar como se dá a relação com a letra que se apresenta na sua condição de resto ou tentativa de inscrição. A tentativa de inscrição é atravessada pela dificuldade da impossibilidade da transmissão, visto que é uma experiência que tem um apoio corporal. Para que seja possível uma transposição da experiência do corpo para uma significação compartilhada é preciso produzir um leitor dessa experiência. Há um saber em relação ao sujeito que ele não tem condição de apropriação, de um gozo que o invade e que ele precisa dominar, a insistência da letra é o retorno ao próprio corpo. Nesse sentido, a construção de um leitor possibilita que o sujeito saia do isolamento das repetições e a circunscrição ao corpo próprio e isso poderá ser alcançado através da literatura ou por meio da transferência na clínica, que supõe um analista desejante de ler uma linguagem psicótica. |
Abstract: | This research aims to discuss the path Freud took in his work on the psychotic psychic mode of functioning, from the approach of a theory of the genesis of the psychic apparatus. Regarding neurosis, the psychic apparatus would work, at an initial moment, exclusively under the laws of what he called the pleasure principle; in a second moment, there would be a passage to a process that he called the reality principle, and what we call thinking works under this process. At certain moments, the neurotic takes refuge in the fantasy scope (unconscious daydreams and fantasies), which operates under the laws of the pleasure principle. In psychosis, the process takes place, to a certain extent, in a similar way, however, according to the Oedipus Complex theory, something happens differently, in such a way that, at certain moments in his life, the psychotic, instead of being able to take refuge in the fantasy, gaining satisfaction just like the neurotic, will find himself impelled to replace its surrounding reality, or at least pieces of it, in a way that it will be described as delusions and hallucinations. The hallucination imposes on the subject a new way of dealing with reality that Freud called the regression process in which instead of the activity of the psychic apparatus following the common direction in search of reaching a discharge, it follows a reverse path characterizing the primary psychic process. Thus, in language, words are subjected to the same treatment whereby latent dream-thoughts are transformed into dreams, in which a single word comes to represent a chain of thoughts. Lacan, at the seminar on psychosis, sought establish a certain rigor to the Freudian propositions, reading them from the Oedipus Complex and more specifically from what he called the paternal metaphor or signifier name-of- the-father, which would have as its destination its repression in neurosis and a defense mechanism (verwerfung) or foreclosure in psychosis. As a subject in psychosis refuses the threat of castration in his symbolic world, given the lack of the essential signifier, the one that depends on the symbolic structure of the Oedipus Complex, the subject approaches a void. There would be a meaning that refers to the subject, but it is rejected, and its reappearance determines the psychotic invasion. As a result, a fundamental representation appears, which has not been symbolized. As the Other was excluded as the one who possesses the signifier, he starts to be affirmed in the other with a lowercase letter, as being of the order of the imaginary and the phenomenon of the Enter - I. Because he cannot produce himself as an enigma, he responds through this pure state to say that it is about the signifier. After the encounter with the inassimilable signifier, the subject needs to reconstitute it. In this sense, we have in Freud, the construction of a new world with the work of delusions and the delusional metaphor in Lacan to talk about the possibility of stabilizing the signifier and meaning. The reading of Schreber and the clinical case of Aimée analyzed by Lacan was a way of illustrating how the relationship with the letter that presents itself in its condition of rest or attempted inscription takes place. The attempt to inscript crossed by the difficulty of the impossibility of transmission, as it is an experience that has body support. For a transposition of the body experience to a shared meaning to be possible, it is necessary to produce a reader of this experience. There is some knowledge in relation to the subject that he has no condition of appropriation, of a jouissance that invades him and that he needs to dominate, the insistence of the letter is the return to his own body. In this sense, the construction of a reader allows the subject to leave the isolation of repetitions and circumscription to his own body, and this can be achieved through literature or through the transfer in the clinic, which supposes an analyst desiring to read a psychotic language. |
Descripción : | Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica, 2021. |
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Agência financiadora: | Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). |
Aparece en las colecciones: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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