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Título: O habitus em Erwin Panofsky : uma iconografia da Última Ceia
Autor(es): Costa, Nina Ricardo Dias da
Orientador(es): Castro, Vera Marisa Pugliese de
Assunto: Teoria da Arte
Panofsky, Erwin, 1892-1968 - crítica e interpretação
Habitus
Iconografia
Última Ceia
Data de publicação: 12-Abr-2022
Referência: COSTA, Nina Ricardo Dias da. O habitus em Erwin Panofsky: uma iconografia da Última Ceia. 2021. 144 f., il. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Resumo: A presente pesquisa tem por objetivo cotejar o conceito panofskyano de habitus, apresentado no livro Arquitetura Gótica e Escolástica, de 1951, com as representações iconográficas da passagem bíblica da Última Ceia. Consideramos, primeiramente, que abarca conformações plásticas do referido tema a partir de transposições de tipos iconográficos anteriores, referentes a temas grecorromanos envolvendo a comensalidade, na produção visual paleocristã, dedicando especial atenção a seu contexto e antecedentes históricos. Paralelamente à análise de pinturas e relevos significativos em processos de estabilização e transformações estilísticas até o Renascimento, buscou-se apresentar e discutir pontos fundamentais do desenvolvimento diacrônico do conceito de habitus segundo a proposta metodológica de Erwin Panofsky, que remonta a antecedentes aristotélico-tomistas. Este movimento metodológico permitiu apreender certos elementos que relacionam a iconografia e o conceito em questão, procurando compreender qual seria a qualidade de tal relação. Tal cotejamento, realizado no extenso recorte temporal mencionado, objetivou, em seguida, verificar a interação do conteúdo imagético e das proposições conceituais à luz do conceito panofskyano, propondo que as transfigurações iconográficas já apresentariam um arcabouço substancial passível de ser submetida à correlação que Erwin Panofsky denominou uma análise de “causa-e-efeito”, em contraposição a uma perspectiva de “evolução das formas”. Na última etapa da pesquisa, realizou-se um salto temporal de modo a verificar, sob uma perspectiva histórica, diferentes retornos à iconografia da Última Ceia, a partir da constituição da acepção panofskyana do conceito de habitus, considerando seu debate à época da publicação do referido livro, entre seus detratores e sua adoção por Pierre Bourdieu. Finalmente, discutiu-se a viabilidade de uma reconsideração metodológica do habitus em história da arte, a partir da proposição de Adi Efal Lautenschläger, paralelamente à identificação de reverberações a nós contemporâneas do tema da Última Ceia em suas cristalizações pela cultura visual da virada do século XX para o XXI. Desse modo, buscou-se, ainda que com ressalvas, recolocar à baila a discussão do conceito de habitus no atual debate sobre as bases teórico-metodológicas do campo disciplinar da história da arte, a partir de um tema tão pregnante da cultura greco-judaico-cristã, como a Última Ceia, e suas mais diversas apropriações e deslocamentos.
Abstract: This research aims to compare the Panofskian concept of habitus, presented in the book Gothic and Scholastic Architecture, from 1951, with iconographic representations of the biblical passage of the Last Supper. First, we consider that it encompasses plastic conformations of the referred theme from transpositions of previous iconographic types, referring to Greco Roman themes involving commensality, in the paleochristian visual production, dedicating special attention to its context and historical background. Parallel to the analysis of paintings and significant reliefs in stabilization processes and stylistic transformations until the Renaissance, an attempt was made to present and discuss fundamental points of the diachronic development of the concept of habitus according to the methodological proposal of Erwin Panofsky, which dates back to Aristotelian-Thomists antecedents. This methodological movement allowed us to apprehend certain elements that relate iconography and the concept in question, trying to understand what would be the quality of such a relationship. Such comparison, carried out in the extensive time frame mentioned, aimed to verify the interaction of the imagery content and conceptual propositions in the light of the Panofskian concept, proposing that the iconographic transfigurations would already present a substantial framework capable of being subjected to the correlation that Erwin Panofsky called an analysis of “cause and-effect”, as opposed to a perspective of “evolution of forms”. In the last stage of the research, a time leap was made in order to verify, from a historical perspective, different returns to the iconography of the Last Supper, from the constitution of the Panofskian meaning of the concept of habitus, considering its debate at the time of publication of the referred book, among its detractors and its adoption by Pierre Bourdieu. Finally, the feasibility of a methodological reconsideration of the habitus in art history was discussed, based on the proposition of Adi Efal Lautenschläger, in parallel with the identification of reflections to us contemporary to the theme of the Last Supper in its crystallizations by the visual culture of turn of the 20th to the 21st century. In this way, we sought, albeit with reservations, to bring back to the fore the discussion of the concept of habitus in the current debate on the theoretical-methodological bases of the disciplinary field of art history, based on such a pregnant theme of Greek-Jewish-Christian culture, like the Last Supper, and its most diverse appropriations and displacements1 .
Unidade Acadêmica: Instituto de Artes (IdA)
Departamento de Artes Visuais (IdA VIS)
Informações adicionais: Dissertação (Mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Artes, Departamento de Artes, Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Brasília, 2021.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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