A configuração subjetiva da relação profissional dos integrantes da Equipe Especializada de Apoio à Aprendizagem-EEAA

Abstract

Esta pesquisa de doutorado analisou a configuração subjetiva da relação profissional dos integrantes da EEAA-Equipe Especializada de Apoio à Aprendizagem. Trata-se de um serviço multiprofissional, integrado por psicólogos e pedagogos da Secretaria de Estado de Educação do DF, que desenvolvem ações interventivas numa perspectiva de atuação preventiva, visando colaborar com a redução das queixas de escolarização e das dificuldades de aprendizagem. Embora se considere importante o enfoque de algumas pesquisas sobre as condições objetivas do trabalho da EEAA, tal como a necessidade de melhoria na operacionalização e no aprofundamento teórico-metodológico, este tese segue investigando em outra perspectiva para dar visibilidade à subjetividade do pedagogo e à do psicólogo na condição de pessoas que têm sua atuação atravessada por sentimentos, emocionalidades, desejos e histórias de vida, reverberando, de alguma forma, na maneira como se expressam na relações estabelecidas e como desempenham suas ações no contexto escolar. A proposta teórica desta pesquisa está ancorada na Teoria da Subjetividade, na perspectiva culturalhistórica, desenvolvida por González Rey e colaboradores, e na metodologia construtivointerpretativa, cujos pressupostos se sustentam na Epistemologia Qualitativa. O valor heurístico da Teoria da Subjetividade como um referencial teórico orientador desse trabalho justifica-se por compreender: (a) a complexidade do contexto em que se realiza a atuação da equipe; (b) a escola como um espaço favorecedor do desenvolvimento humano; e (c) que é a partir dos sentidos subjetivos produzidos nas relações que os sujeitos se constituem e são constituídos. A partir dessa proposta teórico-epistemológica, entende-se que a subjetividade produzida na relação entre os integrantes da equipe pode constituir-se em fontes mobilizadoras de sua atuação, provocando mudanças, ou não, no cotidiano da escola. A expressão da subjetividade é um processo dialógico, tensionado pelo outro, na interlocução com outras pessoas, contextos e tempos, repercutindo nas possibilidades relacionais que serão sempre fluidas e dinâmicas por envolverem subjetividades. Foi evidenciado o modo como o social participa da relação e, ao mesmo tempo, como o individual pode encontrar na subjetividade social um espaço de manutenção ou resistência. Dentro desta perspectiva dinâmica, as expressões subjetivas individuais podem se „diluir‟ ou „ressoar‟ na subjetividade social da escola, bem como o contrário também é verdadeiro, quando se percebe a presença de expressões subjetivas sociais nas produções subjetivas individuais.