Militarização da educação em Goiás : a escola pública como espaço de disputas

Abstract

A presente dissertação tem por objetivo analisar aspectos da conversão do Colégio Estadual Dr. Negreiros, de Nerópolis-GO, em CEPMG - Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás Dr. Negreiros. O processo de alteração das características da escola ocorreu a partir de um pedido da comunidade local. O objetivo geral do trabalho é investigar aspectos afetados pela conversão do colégio em CEPMG, ao longo do ano de 2018. Para tanto, a pesquisa foi baseada na preocupação em levantar quais argumentos levaram à militarização do colégio, bem como em averiguar se há correção entre aspectos pedagógicos e de cidadania e o novo modelo de gestão. A partir de uma análise documental que privilegiou a história do conceito no País, buscou-se entender também se plena consciência por parte dos habitantes da cidade sobre em que consiste o militarismo, e as possíveis consequências para os cidadãos, em âmbito coletivo e particular, e para o País. Além de novas questões que surgiram no decorrer da verificação. A metodologia escolhida foi a do “estudo de caso”, com locus no CEPMG Dr. Negreiros, situado na cidade de Nerópolis-GO. Assim, foi procedida coleta de dados por meio de análise documental tendo como principal referência o Projeto Político Pedagógico - PPP da escola, bem como o projeto de lei de criação do CEPMG, além do regimento escolar interno comum a todos os CEPMG's. A metodologia também contemplou a realização de entrevistas semiestruturadas, com o diretor da unidade escolar e com a coordenadora pedagógica do turno matutino, com foco no Ensino Médio. Também houve enquete por compais e estudantes, por meio de questionário, utilizando a ferramenta google forms. A questão que permeou a pesquisa foi: Qual a influência da formação militarizada, baseada no controle e disciplina, para a educação pública em Goiás? Com ela, foi possível problematizar, por meio da análise dos dados, o avanço do pensamento conservador dentro da unidade escolar. Pensamento que se legitima e é paulatinamente naturalizado por meio das ações controladoras interpretadas como “disciplinares”, e de comportamentos específicos exigidos tanto dos funcionários quanto dos alunos.