As crianças da educação precoce na pré-escola : a perspectiva das professoras

Abstract

A Educação Precoce oferecida pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, SEEDF, é um serviço, destinado a crianças de 0 a 3 anos que apresentam alguma peculiaridade no processo de desenvolvimento. Geralmente a Educação Precoce é oferecida ao bebê partir do encaminhamento médico por causa de alguma doença, síndrome, comportamento diferenciado, grande período de hospitalização, prematuridade, entre outras possibilidades, ou à criança pequena a partir de novos diagnósticos ou suspeitas de atrasos no desenvolvimento. Quando as crianças concluem sua permanência na Educação Precoce, podem ingressar na pré-escola na própria SEEDF. A inserção dessa criança no mundo escolar aconteceu praticamente desde seu nascimento visto que a Educação Precoce não é uma terapia, mas uma intervenção educacional ofertada por professores. Essa familiaridade com o contexto escolar é vista pelo programa como um facilitador desse processo de transição das crianças. E os professores da Educação Infantil, como as recebem? Como são vistas as crianças que, ao ingressar na Pré-escola, já possuem uma característica: ―da precoce‖ ou ―passou pela precoce‖. As crianças recebem esses adjetivos e buscamos entender aqui que implicações elas têm sobre o professor. É o objetivo principal deste trabalho a compreensão das produções subjetivas de um grupo de professores participantes diretamente desse processo: os professores da fase inicial da pré-escola que recebem crianças vindas da Educação Precoce. A Teoria da Subjetividade, por meio da Epistemologia Qualitativa, foi a forma encontrada para o estudo do processo de transição da criança da Educação Precoce para a pré-escola na perspectiva das produções subjetivas dos professores que as recebem. Esse estudo indica que a apenas a documentação enviada via SEEDF para a Pré-escola estudada, os Jardins de Infância, não são suficientes para que os professores compreendam a criança e suas especificidades. Da forma como acontece atualmente há uma dependência dos professores buscarem tais informações e pormenores da família ou da Precoce e não uma forma institucionalizada eficaz. Com base na subjetividade das professoras e demais informações destas e das equipes do Jardim de Infância e da Precoce, são realizadas ainda reflexões sobre as práticas institucionalmente adotadas em busca de uma transição com qualidade tanto para as crianças quanto para os profissionais.