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Titre: Ativismo e mudança institucionais nos Conselhos da Comunidade : em busca da participação social no sistema prisional
Auteur(s): Moura, Tatiana Whately de
Orientador(es):: Almeida, Débora Cristina Rezende de
Assunto:: Ativismo institucional
Sistema penitenciário - Brasil
Participação social
Mudança institucional
Instituições participativas
Conselhos da Comunidade
Date de publication: 15-jan-2024
Référence bibliographique: MOURA, Tatiana Whately de. Ativismo e mudança institucionais nos Conselhos da Comunidade: em busca da participação social no sistema prisional. 2023. 274 f., il. Tese (Doutorado em Ciência Política) - Universidade de Brasília, Brasília, 2023.
Résumé: Os Conselhos da Comunidade são instituídos no âmbito do Judiciário para fiscalizar unidades prisionais e diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para assistência da população privada de liberdade. A Lei de Execução Penal, que instituiu esses conselhos em 1984, deixou lacunas sobre as formas de atuação desses conselhos frente a irregularidades identificadas nas visitas aos estabelecimentos penais. Esta lacuna possibilitou que os conselhos se constituíssem de formas variadas e diversos materiais orientadores publicados ao longo dos anos ampliaram as possibilidades de atuação, incluindo uma gramática participacionista. O objetivo da pesquisa é analisar a mudança institucional dos Conselhos da Comunidade para uma instância de participação social. A hipótese principal é que ativistas institucionais atuaram para uma reconfiguração dos Conselhos da Comunidade, mobilizados pelo ideário participacionista que emergiu após a Constituição de 1988. O trabalho baseou-se em pesquisa bibliográfica, extensa pesquisa documental e entrevistas qualitativas semiestruturadas com pessoas que participaram do processo de mudança institucional entre 2000 e 2023 e com conselheiros e conselheiras da comunidade. Trata-se de um estudo de caso tanto do processo de mudança institucional, como dos resultados desta mudança, a partir da análise de seis Conselhos da Comunidade que, a partir de diferentes práticas, demonstram os avanços das interfaces socioestatais e os constrangimentos institucionais não superados com a mudança institucional pretendida. A tese analisa o ciclo completo da mudança, ou seja, como mudou e o que mudou, incluindo seus resultados. Para responder à pergunta sobre como mudou, proponho um mapa conceitual, a partir de conceitos pragmatistas, com foco na ação situada em contexto de ativismo institucional, em que atores estatais mobilizam recursos institucionais e agem estrategicamente em defesa de uma causa construída coletivamente. Para compreender o que mudou, são analisadas as mudanças tanto da perspectiva institucional, considerando as novas regras estabelecidas, quanto de seus resultados na prática. A tese argumenta que os Conselhos da Comunidade passaram por um processo de mudança institucional em que ativistas institucionais buscavam transformá-los em espaços participativos, mas que resultou em uma configuração peculiar que ampliou, de um lado, as lógicas de troca socioestatais e, de outro lado, as funções executivas desses conselhos, relacionadas a uma atuação de substituição do Estado no provimento de bens e serviços. Os resultados mostram ainda uma relação Estadosociedade estabelecida de forma inovadora entre Judiciário, Executivo e sociedade civil. Por mais de uma década, sociedade civil, Executivo e Judiciário participaram do processo de mudança institucional conjuntamente, mobilizando principalmente recursos institucionais do Executivo, mas, a partir de 2019, o protagonismo na política penal se deslocou do Executivo para o Judiciário e o Conselho Nacional de Justiça passou a liderar esse processo. Esta triangulação também é verificada na conjuntura local dos Conselhos da Comunidade, em que tanto o Executivo como o Judiciário podem exercer papeis de constrangimento às ações dos Conselhos da Comunidade ou potencializar suas atividades, a depender da compreensão que estes atores possuem em relação ao papel do conselho e de como o próprio conselho consegue alterar essa compreensão.
Abstract: Community Councils are established within the Judiciary to oversee prison units and endeavor to obtain material and human resources for the assistance of the incarcerated population. The penal execution law, which established these councils in 1984, left gaps regarding the ways these councils could operate when facing irregularities during visits to prison establishments. This gap allowed the councils to be constituted in various ways, and several guiding materials published over the years expanded the possibilities of action, including a participatory grammar. The objective of the research is to analyze the institutional change of the Community Councils towards a social participation institution. The main hypothesis is that institutional activists worked for a reconfiguration of the Community Councils, mobilized by the participatory ideals that emerged after the 1988 Constitution. The work was based on bibliographic research, extensive documentary research, and semi-structured qualitative interviews with people who participated in the institutional change process between 2000 and 2023 and with community council members. This is a case study of both the institutional change process and the results of this change, based on the analysis of six Community Councils, which, through different practices, demonstrate the advances of socio-state interfaces and the institutional constraints not overcome with the intended institutional change. The thesis analyzes the complete cycle of change, that is, how it changed and what has changed, including its results. To answer the question of how it changed, I present a conceptual map based on pragmatist concepts, focusing on situated action in the context of institutional activism, in which state actors mobilize institutional resources and act strategically in defense of a collectively constructed cause. To understand what has changed, changes are analyzed from both the institutional perspective, considering the new rules established, and their results in practice. The thesis argues that the Community Councils underwent an institutional change process in which institutional activists sought to transform them into participatory forums, but which resulted in a peculiar configuration that expanded, on the one hand, socio-state exchange logics and, on the other hand, the executive functions of these councils, related to a state substitution practice in the provision of goods and services. The results also show an innovative state-society relationship established between the Judiciary, the Executive, and civil society. For more than a decade, civil society, the Executive, and the Judiciary participated in the institutional change process together, mobilizing mainly institutional resources from the Executive, but from 2019 onwards, the leadership in criminal policy shifted from the Executive to the Judiciary, and the National Council of Justice began to lead this process. This triangulation is also observed in the local context of the Community Councils, where both the Executive and the Judiciary can play constraining roles in the actions of the Community Councils or enhance their activities, depending on the understanding these actors have regarding the role of the council and how the council itself can change this understanding.
metadata.dc.description.unidade: Instituto de Ciência Política (IPOL)
Description: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciência Política, Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, 2023.
metadata.dc.description.ppg: Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
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Collection(s) :Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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