Efeito de uma intervenção educativa para capacitação de enfermeiros para o manejo de cateter totalmente implantado

Abstract

O enfermeiro desempenha um papel fundamental no manejo do cateter de acesso vascular totalmente implantado. Assim, os enfermeiros devem ser capacitados de forma precisa para manusear esse dispositivo conferindo maior segurança aos pacientes com acesso vascular totalmente implantado. Objetivo: Avaliar o efeito de uma intervenção educativa para manejo do cateter de acesso vascular totalmente implantado para capacitação profissional de enfermeiros. Métodos: Trata-se de um estudo quase-experimental realizado em um hospital universitário de julho de 2014 a junho de 2018. A intervenção incluiu a exposição a um manual de condutas seguida de um treinamento teórico-prático com simulador sete dias depois. Os desfechos avaliados foram o conhecimento sobre cateter venoso central totalmente implantado e desempenho prático na execução das técnicas de punção, remoção da agulha e manutenção do cateter demonstradas em um simulador de paciente de média fidelidade. As avaliações ocorreram em três momentos: no início do estudo (momento 0), após autoexposição ao manual (momento 1) e após receberem o treinamento teórico-

prático (momento 2) em simulador de paciente de média fidelidade. Resultados: 81 enfermeiros compuseram a amostra. A maioria deles era do sexo feminino (80%), com idade média de 32 anos. Em relação ao conhecimento teórico, foi observado aumento de 47,9% no escore médio após a exposição dos enfermeiros ao manual e de 9,2% após o treinamento teórico-prático. Para os escores médios de desempenho prático também foi observado aumento após exposição dos enfermeiros ao manual (61,1% para o procedimento de punção, 67,4% para a remoção da agulha, e 75,6% para a manutenção) e após o treinamento teórico-prático em relação ao momento 1 (15,5% para punção, 17% para remoção da agulha e 13,2% para manutenção do cateter). Houve diferença estatisticamente significante no escore médio do conhecimento avaliado entre M0 e M1 (diferença entre as médias = 18,2; p< 0,001; IC 95% = 16,6 – 19,7) e entre M1 e M2 (diferença entre as médias = 3,5; p< 0,001; IC 95% = 2,7 – 4,2). Em relação ao desempenho prático, houve diferença estatisticamente significante no escore médio de desempenho prático para todas as técnicas avaliadas, tanto nos valores mensurados entre o M0 e M1 (punção: diferença entre as médias = 16,5; IC 95% = 14,6 – 18,3; p < 0,001; remoção da agulha: diferença entre as médias = 15,5; IC 95% = 14,1 – 16,8; p < 0,001; manutenção: diferença entre as médias = 24,2; IC 95% = 22,5 – 26,0; p < 0,001) quanto naqueles mensurados entre M1 e M2 (punção: diferença entre as médias = 4,2; IC 95% = 3,5 – 4,9; p < 0,001; remoção: diferença entre as médias = 3,9; IC 95% = 3,1 – 4,7; p < 0,001; manutenção: diferença entre a médias = 4,2; IC 95% = 3,3 – 5,1; p < 0,001). Conclusão: Após a intervenção educativa houve aumento estatisticamente significante do conhecimento teórico sobre o tema e melhora do desempenho prático, em especial após a exposição ao manual de condutas. A combinação do manual educativo com a aula teórico-prática com simulador de média fidelidade aumentou o conhecimento dos enfermeiros, os quais obtiveram pontuações bem próximas aos valores máximos possíveis.